quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Projeto Burle Marx em Ilhéus

Quando pensamos o projeto Orla Central de Ilhéus não podemos esquecer de sua primeira etapa, inacabada, projetada pelo famoso paisagista paulista, Roberto Burle Marx, falecido a quase oito anos e que fora consagrado por suas obras, especialmente em Recife, Brasília e Rio de Janeiro.

Burle Marx foi um impulsionador de paisagens e inovou criando "jardins brasileiros", utilizando a verticalidade das árvores da Mata Atlântica e da Amazônia em paisagens urbanas; também, recriando ecossistemas, como fez no Largo do Viveiro, em Recife, ao projetar um jardim de cactáceas  com vegetação da caatinga, típica do sertão nordestino.


Arborização e paisagem necessitam de planejamento; plantio não deve ser aleatório.

Em Ilhéus o paisagista projetou o Parque de São Sebastião (segundo seu Catálogo) e utilizou uma estética muito parecida com a do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, com pequenas elevações e conjuntos de vegetações verticais. O Projeto teve muitos problemas na sua realização, e um prejuízo irreparável com a construção da Concha Acústica e do Centro de Convenções.


Centro de Convenções e Concha Acústica, sobre o Parque.
Limpeza da orla desenterrou o parque projetado pelo paisagista Burle Marx.

Mesmo assim, quanto à paisagem, o que foi realizado, mesmo pouco, já  resultados. Não mais de sete espécies foram plantadas e testadas, mas as experiências realizadas foram bem sucedidas, destacando-se os algodoeiros de praia que “sobrevivem” em toda a extensão do parque e o jamelão, que circunda os estacionamentos, grande responsável pela atração de aves.


Para manter e resgatar o projeto Burle Marx, precisamos, primeiramente, transferir a Concha Acústica do início do Parque e terminar suas obras de passeios, bancos, ciclovia, acessos pavimentados entre um passeio e outro, etc., e depois, é necessário seguir as linhas gerais e a concepção do projeto, realizando novos plantios e introduzindo espécies.

Esse plantio deve ser realizado de forma planejada, obedecendo o estudo da paisagem e da métrica, a aplicação de curvas e linhas, e de forma alguma, adotar uma arborização empírica e aleatória.

Estamos colhendo hoje o pouco que plantamos a 15 anos. A construção de paisagem é um trabalho demorado, sempre experimental e que precisa de ajustes e reparos constantes de poda, correção de adensamento excessivo, e, sobretudo, replantio e substituição de árvores mortas ou debilitadas.





Apesar do seu projeto ainda estar sem definição, o nome de Burle Marx, numa rápida pesquisa da mídia via internet, está constantemente associado a Ilhéus e a Avenida Soares Lopes em sites, enciclopédias e agencias de turismo.



Pela dinamização de nossa orla numa concepção ecológica e moderna, precisamos reafirmar a importância de sua obra e influência em Ilhéus, sobretudo como grande inspirador não apenas desse parque mas da nova Orla Central de Ilhéus, onde ainda serão necessários mais jardins exuberantes, espelhos d’água, esculturas, bancos longilíneos e formas sinuosas, características se sua concepção paisagística. 

Conheça mais sobre a obra de BURLE MARX
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Confira "Burle Marx" associado à imagem de Ilhéus na Mídia:

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