domingo, novembro 15, 2009

Criado em Ilhéus corredor ecológico Lagoa Encantada/Serra do Conduru

Com a sanção do projeto de lei de autoria do vereador Alisson Mendonça, Ilhéus passou a ter, a partir de agora, a Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie), que atuará sob a denominação de Corredor Ecológico Lagoa Encantada/Serra do Conduru, localizado no distrito de Aritaguá. O corredor ecológico vai conectar a Área de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa Encantada e do Rio Almada com o Parque Estadual da Serra do Conduru, duas unidades de conservação estaduais em território municipal.
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De acordo com o vereador Alisson Mendonça, o Corredor Ecológico Lagoa Encantada/Serra do Conduru tem como principais objetivos ligar as áreas de conservação ambiental, possibilitando o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência de áreas ambientais sustentáveis. Além disso, o Corredor Ecológico Lagoa Encantada/Serra do Conduru visa proteger e recuperar os recursos hídricos, edáficos e genéticos com a proibição de atividades potencialmente causadoras de degradação ambiental, a exemplo da extração de mineral e implantação de empreendimentos industriais.

Outro ponto importante a partir da criação do corredor ecológico, segundo explica o vereador Alisson Mendonça, é a oportunidade de incentivar a atividade de pesquisa, estudos e monitoramento ambiental, além de estimular o desenvolvimento do ecoturismo, educação ambiental e das atividades de recreação e lazer em contato harmônico com a natureza. A lei que cria o corredor ecológico prevê ainda que as atuais atividades agropastoris desenvolvidas por proprietários e posseiros no polígono do projeto não serão afetadas.
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E para coordenar o Corredor Ecológico Lagoa Encantada/Serra do Conduru será criado o Comitê Gestor da Área de Relevante Interesse Ecológico, um órgão consultivo composto por entidades governamentais e não governamentais cujos membros serão nomeados pelo chefe do Poder Executivo.
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O Comitê Gestor terá como principais funções propor planos, programas e ações a órgãos públicos, entidades não governamentais e empresas privadas com o objetivo de garantir os atributos ambientais, culturais e paisagísticos e a proteção dos recursos naturais do corredor ecológico, visando o desenvolvimento da região. Também será atribuição do Comitê Gestor acompanhar o desenvolvimento dos planos, programas, projetos e ações propostos e promover articulações para estabelecer formas de cooperação entre os órgãos públicos e sociedade civil para a realização dos objetivos da gestão.
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Alisson Mendonça explica ainda que os corredores ecológicos representam hoje uma das estratégias mais promissoras para o planejamento regional eficaz de conservação e preservação da fauna e flora. “O intenso processo de fragmentação urbana e rural, isolando remanescentes florestais e recursos hídricos, faz com que sua ligação por corredores de vegetação natural seja uma importante estratégia para mitigar os efeitos da ação antrópica e garantir a biodiversidade da região. Daí a necessidade de se criar esse corredor ecológico”, justifica o vereador.
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FONTE: ASCOM - Câmara Municipal de Ilhéus

Surfers, protect your playground

We have published reports on the importance of the Surf to the South of Bahia, and continue to support the recovery of this history, it has everything to do with the values of sustainable development we are looking . By disclosing events on this blog, we are reinforcing this idea, without concern for other issues, as important as aspects of the marketing business with the event.

In the article below, written by Leandra Gonçalves - Greenpeace, originally published on the Action Ilhéus Association website, touches one of the most important environmental issues: the relationship between marketing and environmental responsibility.
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We have much to reflect on everything we consume, including the image of companies and products. This is the time of sustainability of the production, and the ethical and ideological questions needs to be visible. We know that the image of companies should be constructed on the basis of effective social responsibility, and that this is the twenty-first century marketing.

_________Surfers, protect your playground.
by Leandra Gonçalves -
Greenpeace

Foto: Castilho
Brazilians have a connection with the oceans that is shared by just a few. There are over 8600 kilometers of coastline and almost four million square meters of water that is admired by the population, who have to make outstanding efforts to find a space in the sand from which to enjoy the sun.

Despite this, protecting oceans is not one of the priorities foremost in the mind of a Brazilian. When looking to the blue ocean it appears endless, which makes people think that it has an unlimited capacity to maintain itself, and will forever remain that peaceful blue.

Unfortunately this is not what happens in reality. The management of the Brazilian marine coast is far from being one of the governments top listed duties and faces big difficulties in implementation and operation.


In the last years strategical and behavioral changes have been imposed on coastal communities. Reasons for these changes include the increasing effects of climate change on coasts, the initiation of oil exploration in the deep Pré-sal* waters, the intensification of tourism on the coasts, pollution, unstructured usage of natural spaces by resorts, and the construction of infra-structure.

The social and environmental implications of these problems are already clear: the rise of sea level, increasing number of extreme climate events and the huge losses of natural resources, including the reduction of the oceans capacity to regulate the Earths climate. (oceans are responsible for sinking significant quantities of greenhouse gases).

Other concerns include the changes in ocean swell behavior, public health and the amount of garbage released into the seas.

The surf community, always connected to this blue playground along with all other ocean lovers should mobilize and take action towards defending the preservation of marine coasts against irresponsible profit interests that do not bring sustainable development for communities.

This month, Ilhéus is hosting the Panamerican surfing competition (Mahalo Pan Surf Games & Music, from the 7th to 14th of November at Batuba beach, Olivença). This big event will certainly reveal incredible talents amongst those prepared to surf the best waves. Unfortunately, in Brazil, there is insufficient financial support for such events, and the organisers usually have to accept money from polluting companies themselves. The polluters then use this opportunity to greenwash their dirty brands and to pose as if they were the good guys for the local communities.

The Ilhéus region, in the state of Bahia, is one of very few remaining Atlantic Forest (one of the most biodiverse vegetation complex) preserved areas and has a coastal zone that has not yet been studied enough to understand the conservation measures necessary to preserve it´s biodiversity. The government and private companies pretend to bring to the region a huge new infrastructure, which will be situated in Ponta da Tulha - the Intermodal Complex of Porto Sul. A public-private partenership, worth 11 billion reais and that will bring unestimatable damages to the region in the socio-environmental aspect.

The Bamin, main supporter of the surf competition, has interests in the construction of the port as it will enable the export of iron to India, China, Rússia and Kazakstan.

If this isn’t enough, the construction of the port complex in this region will affect the coastal conditions, certainly impeding other competitions to bring brilliant surfers from over twenty countries to our exuberant Brazilian coast.

sábado, novembro 14, 2009

Henrique Berbert de Carvalho

A Lição de Futuro do Rei da Floresta do Século XXI.
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Quem disse que um índio não pode ser louro e ter olhos azuis? Aqui em Ilhéus posso imaginar que tivemos um índio assim, pois pensar em Henrique Berbert de Carvalho é pensar em alguém com a floresta no sangue, no nome e na história de vida.

Voltando a 1860, seu bisavô, o imigrante alemão Henrique Berbert, de quem herdara o nome e a bravura, guiava o príncipe da Áustria, Maximiliano da Habsburgo (foto ao lado) em sua visita a Ilhéus com uma equipe de naturalistas para conhecer e descrever nossa floresta. O jovem príncipe se encantou com Berbert, o maior conhecedor das matas da região, e o chamou de o Rei da Floresta.

Um século depois, no berço da civilização cacaueira, dois bisnetos ousam reassumir o sonho de conhecer e proteger a floresta. O mais velho, André Mauricio de Carvalho resgatou o sonho de Maximiliano, produzindo um inestimável patrimônio científico sobre nossas florestas para o mundo. E é nessa trilha que vem Henrique, como um homem do futuro, um realizador de sonhos.

Agrônomo e Mestre em Meio Anbiente, Henrique aproveitou a crise do cacau para transformar a roça de sua família em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, e assim definir sua missão: defender a conservação das florestas.

Na RPPN do Teimoso, Henrique e sua esposa, a Agrônoma e também Mestre em Meio Ambiente, Lucélia Berbert, junto com seus dois filhos Joel e Aldo, compartilharam esse sonho, transformando a fazenda em um acolhedor centro de visitação e pesquisa. O trabalho persistente gerou estudos, conhecimentos e intercâmbio científico sobre a fauna e a flora da mata atlântica, inclusive gerando descoberta de novas espécies, e, sobretudo, promovendo a consciência ambiental.

Henrique Berbert de Carvalho entra para a história como exemplo de homem do futuro, ícone da proteção da mata atlântica, e deixa um legado de extrema importância. Sua principal mensagem foi sobre a importância da proteção florestal em propriedades privadas, uma lição que ele pôs em prática.
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A iniciativa da Serra do Teimoso tornou-se referência e exemplo, e a colaboração de Henrique foi fundamental para a criação de outras reservas, particulares e públicas, na Bahia e em outros estados. Tornou-se liderança na área de conservação florestal, atuando como Presidente da Associação de RPPN`s da Bahia e Sergipe -PRESERVA, e Vice-Presidente da Confederação Nacional de RPPN´s - CRNPPN. Nos últimos meses, dedicava-se à coordenação de um projeto de adequação ambiental de assentamentos rurais do Corredor Central da Mata Atlântica pelo Instituto Floresta Viva-BA.
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Henrique Berbert não parou de sonhar e acreditar em seu sonho um só instante, junto com sua familia. A caminhada continua com os novos defensores de florestas que ajudou a formar, especialmente, seu filho Joel Berbert, que segue firme nessa estrada do Século XXI.
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Depositamos a saudade junto com os sonhos na perenidade do Jequitibá do Teimoso, que tem mais séculos que o Brasil, e que Henrique Berbert nos levou até a copa, através de uma plataforma mirante, para ensianr a todos a importãncia e valor das florestas. As teimosas sementes do jequitibá continuarão a ser como as suas, boas para a floresta e para as pessoas.

Conheça um pouco mais o trabalho de Henrique Berbert de Carvalho através da reportagem de Maura Campanili - Revista Pesquisa FAPESP - São Paulo / SP, fevereiro de 2007. Reportagem congratulada com Menção Honrosa do Prêmio de Reportagem sobre a biodiversidade da mata atlântica da Conservation Internacional.

quinta-feira, novembro 05, 2009

Panamericano de Surf em Ilhéus

Como temos afirmado, o Surf de Ilhéus faz faz parte da história do esporte no Brasil e no mundo, e essa história precisa ser resgatada, documentada, e o esporte ser definitivamente consagrado pela sociedade regional como um elemento importante de nossa identidade.

O Surf, e todos os esportes relacionados com a natureza e as paisagens naturais protegidas são vocacionais do Sul da Bahia. Também fazem parte dessa lista um grande e diverso universo de esportes de natureza como o arborismo, caminhadas ecológicas, rapel, vo livre, vela, ciclismo, triatlon, etc.

O Surf se identifica perfeitamente com o marketing cultural e turístico do Sul da Bahia, e vice-versa. Ilhéus e Itacaré se tornaram referência sem fronteiras, e podemos dizer que essa relação antiga de Olivença com o Surf foi mesmo pioneira em atrair visitantes para Ilhéus. Hoje consagramos essa história e parabenizamos todos os patrocinadores e organizadores envolvidos com o Panamericano de Surf, cujo release de Maurício Maron, reproduzimos abaixo.

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300 surfistas de 20 países das Américas já confirmaram presença.

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Ilhéus, município localizado no sul da Bahia, será cenário do Pan American Surfing Games, que reunirá, de 7 a 14 de novembro, na Praia de Batuba, em Olivença, competidores de 20 países do continente. Serão mais de 300 surfistas classificados em seus países de origem através de competições qualificatórias que disputarão, em Ilhéus, o título de “melhor da América” em várias categorias. Com 100 quilômetros de praias na costa brasileira, Ilhéus é uma das cidades baianas com maior número de adeptos da modalidade e o evento – que pela primeira vez acontece no Brasil - abrirá oficialmente a programação de verão do município. Ilhéus promete uma semana de muita festa.

Além de atletas de alta performance o evento deve atrair um público recorde à praia de Batuba, que receberá toda uma infra-estrutura para garantir tranquilidade aos competidores e conforto ao público. Pelo dia, as disputas nas ondas. À noite, toda uma programação festiva no entorno da praia de Batuba. Competições e show integrarão delegações, nativos e convidados nesta grande festa do esporte. O Pan American Surfing Games será transmitido ao vivo pela internet e terá cobertura de sites, revistas e programas de televisão especializados, a exemplo da ESPN e Sportv. O projeto – coordenado pelas empresas Dendê e Axé Mix Produções, conta com o apoio da Petrobrás, do Governo da Bahia, Bahiatursa, Bahia Mineração, Azul Linhas Aéreas e Prefeitura de Ilhéus.

Os detalhes do audacioso projeto esportivo serão apresentados à imprensa, empresários e autoridades do sul da Bahia, na próxima quinta-feira (22), às 8 horas, durante café da manhã, seguido de entrevista coletiva, que acontecerá no Opaba Hotel, zona sul de Ilhéus. Organizadores e patrocinadores explicarão como foi o processo de escolha da praia de Batuba e quais os maiores benefícios que uma competição internacional deste porte poderá trazer para o sul da Bahia, que irá receber atletas e visitantes de países como Chile, Peru, México, Uruguai, Argentina, Venezuela, Equador, República Dominicana, Jamaica, Costa Rica, Porto Rico, Estádios Unidos e Canadá.
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Assessoria de Imprensa e Comunicação Social
Jornalista Responsável: Maurício Maron – DRT Rg. 2461

quarta-feira, novembro 04, 2009

Os Números da Decadência

por Gerson Marques

Há pelo menos vinte anos nossa cidade tem convivido de forma íntima com a palavra crise. Não só a palavra, mas suas consequências e efeitos estão a permear a vida da cidade por todos os lados, seja nas péssimas condições da infra-estrutura publica, seja na baixíssima qualidade dos serviços e políticas ofertados aos cidadãos.

Mesmo passado mais de vinte anos da aparição da Vassoura-de-Bruxa, praga que arrasou a economia do sul da Bahia, cidades como Ilhéus e Itabuna não conseguiram ainda encontrar um rumo, nem mesmo esboçar uma reação organizada e planejada que permitisse vislumbrar uma saída.

Uma das faces mais cruéis da crise regional pode ser vista no enorme número de desempregados que perambulam pelas ruas e periferia das cidades. Em Ilhéus este drama é ainda mais cruel. Ao analisar os números do Ministério do Trabalho disponibilizados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), salta aos olhos o tamanho do buraco que a cidade está. Para se ter uma idéia, nos últimos quase dez anos, de janeiro de dois mil a agosto de dois mil e nove, a cidade ampliou em apenas dois mil seiscentos e oitenta e oito a oferta de novos empregos, numa variação relativa de 15,59%, sobre a década anterior ao passo que o estado da Bahia no mesmo período ampliou em 49,26%.
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Quando comparamos o crescimento do emprego em Ilhéus com o de outras cidades do interior da Bahia, os números são ainda mais cruéis, veja abaixo.

Geração de emprego nas principais cidades do interior da Bahia no período de janeiro de 2000 a setembro de 2009 /Fonte: Caged/MTE

Feira de Santana: 28.760 empregos gerados, 70,07 de variação relativa e 75.726 empregados formais.

Camaçari: 22.278 empregos gerados, 90,63 de variação relativa e 59.037 empregados formais.

Vitoria da Conquista 11.532 empregos gerados, 51,17 de variação relativa e 44.110 empregados formais

Juazeiro 10.323 empregos gerados, 55,30 de variação relativa e 22.215 empregados formais.

Itabuna 6.145 empregos gerados, 26,97 de variação relativa e 36.637 empregados formais.
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Eunapolis 3.964 empregos gerados, 61,97 de variação relativa e 14.341 empregados formais.

Ilhéus 2.900 empregos gerados, 16,81 de variação relativa e 20.969 empregados formais.

Bahia 402.727 empregos gerados, 49,26 % de variação relativa e 1.342.235 empregados formais.

Estes números revelam um quadro de forte decadência em Ilhéus. A cidade tornou-se a quarta maior do estado no final da década de noventa com uma população acima de duzentos e vinte mil pessoas, atrás apenas de Salvador, Feira de Santana e Vitoria da Conquista. Ainda mantém esta posição, apesar de perder nos últimos anos milhares de habitantes. Os números acima ajudam a entender porque Ilhéus é uma das poucas cidades do Brasil que têm crescimento negativo de sua população, estimada hoje em menos de duzentos e vinte mil moradores.

O baixíssimo crescimento da oferta de empregos em Ilhéus em contraste com a condição de quarta maior cidade do estado, tem provocado conseqüências visíveis no aumento vertiginoso da violência que atinge principalmente os jovens, homens negros de baixa formação escolar, moradores dos morros e periferia da cidade, o principal contingente dos desempregados calculado em vinte e cinco mil pessoas.

Se considerarmos que os últimos dez anos são um dos melhores períodos na geração de emprego formais no Brasil com mais de onze milhões de novas vagas formais, a situação de Ilhéus fica ainda mais complicada.

Em 2009, houve em todo o país uma diminuição no ritmo de crescimento de empregos formais no primeiro trimestre do ano, em virtude dos reflexos da crise econômica mundial. Esta situação, porém, já foi plenamente superada no segundo trimestre do ano, com a geração de quase um milhão de novas vagas até agosto e previsão para mais de um milhão e duzentos mil até dezembro. Um ano excelente apesar da crise. Mesmo assim, em Ilhéus, o crescimento é negativo. Ou seja: contando de janeiro até setembro a cidade perdeu cento e vinte e seis empregos formais.

Geração de empregos formais em Ilhéus jan. a set. de 2009:
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Admissões: 4.731
Demissões: 4.875
Variação absoluta: -126
Variação relativa: -0,6%

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Fonte: caged/MTE

O mais incrível é que apesar destes números, não existe uma só estratégia publica para reversão deste quadro. A questão do desemprego em Ilhéus não faz parte dos discursos oficiais que aparentemente ignora esta situação.

É neste cenário que iniciativas como a do governo do estado e do governo federal de implantar em Ilhéus o complexo intermodal de transporte, chamado de Porto Sul aparece como uma esperança concreta para a cidade reverter os números de decadência que empurram os sonhos de uma Ilhéus desenvolvida para o buraco.