sábado, fevereiro 05, 2011

"Da força da grana que ergue e destrói coisas belas !"

Temos dito desde o início que insistir no processo de licenciamento do Complexo Porto Sul dentro de uma área protegida, e maior reserva florestal do nordeste é uma irracionalidade fora de tempo, e que resultará em um tremendo desgaste para o governo e as empresas envolvidas.


Problemas de legalidade de toda ordem, e um profundo desalinhamento com a agenda ambiental da administração pública brasileira atestam que o IBAMA não terá como licenciar essa obra sem atropelar sua própria história, enquanto isto, cresce a mobilização da opinião pública pelo bom-senso contra a localização do projeto.

Se o projeto já encontra tantos problemas no licenciamento, imaginem o que poderia acontecer se o santuário fosse realmente impactado. Os fatos mais recentes, publicados com exclusividade pelo Blog do Gusmão dão conta de problemas crescentes junto ao IBAMA, e da adesão de mais voluntários contra o Porto Sul; dessa vez, alavancados por Caetano Veloso, artistas baianos se unem aos cientistas, jornalistas e a grande rede social que já está mobilizada.
Paula Lavigne, empresária do cantor e compositor Caetano Veloso, reuniu em sua casa, em Salvador, alguns artistas de expressão nacional dispostos a lutar contra a implantação do Porto Sul, no litoral norte de Ilhéus.

O encontro aconteceu terça-feira (02) e contou com a presença da cantora Vanessa da Mata, dos atores Lázaro Ramos e Luís Miranda, e das atrizes Taís Araújo, Mariana Ximenes, Fernanda Torres, Emanuele Araújo, Vera Zimerman, Edvana Carvalho e Paula Bulamarqui.

Será elaborada uma campanha com objetivo de exigir a anulação do projeto do complexo intermodal, que prevê a construção de uma ferrovia e de um porto de exportação de minério de ferro entre Ilhéus e Itacaré. Na opinião dos artistas, a implantação do empreendimento destruirá a Mata Atlântica no Sul da Bahia.


Caetano previu coisas do tipo quando cantou "da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas - Eu vejo surgir seus poetas de campos, espaços, tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva".

Pois é isto mesmo, é imponderável pensar em construir o Complexo Industrial no mais significativo ativo ambiental do Sul da Bahia, onde se instalou uma verdadeira "Oficina de Florestas". Por tudo, o governo não deve perder tempo com essa opção, buscando alternativas locacionais o quanto antes, e evitando assim, o crescente desperdício de recursos e desgaste de imagens.

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