terça-feira, fevereiro 07, 2012

Plano Municipal de Conservação e Recuperaçao da Mata Atlântica



Dias 9 e 10 de Fevereiro de 2012
no Auditório da Justiça Federal.

O Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Ilhéus está na sua segunda fase de elaboração. Uma vez conhecida a situação atual dos remanescentes da Mata Atlântica durante a primeira oficina de diagnóstico, inicia-se agora a avaliação estratégica, quando se deverá obter uma visão prospectiva da situação a que se pretende chegar com a elaboração do Plano de Ação.

Para tanto será realizada a segunda oficina participativa do PMMA onde juntos, buscaremos a definição da situação futura desejada para a recuperação e conservação da Mata Atlântica do Município de Ilhéus.




Em nossas mãos, uma riqueza ainda inestimável, e Ilhéus precisa dar exemplo de planejamento, e investimento em conservação para todos os municípios da região cacaueira. Comungamos entre si, a identidade territorial do mais importante conjunto de remanescentes da Mata Atlântica nordestina, e um dos pontos de maior biodiversidade do planeta.


Apesar de duas décadas de mobilização, o saldo ainda continua negativo para a Mata Atlântica. Uma situação que precisamos reverter com planejamento, educação ambiental e participação.

Mata Atlântica, Cacau-cabruca e Biodiversidade: Sistema Complexo

Fotos Aéreas: José Nazal

A grande Cabruca não é uma floresta, mas trás consigo muito de seus valores ecológicos, e uma biodiversidade elevada. Também cumpre um papel fundamental de proteger a floresta remanescente, acobertando-a, e favorecendo o funcionamento do mecanismo de corredor ecológico para inúmeras espécies, a exemplo de vários morcegos e roedores, que colaboram com a permanente restauração do ecossistema.

Um programa de conservação perene para a Mata Atlântica nesse território é uma tarefa complexa, e serão grandes os desafios para que ele venha a ser bem sucedido. Isto depende, em grande parte, do comprometimento da sociedade, e das instituições regionais, e na atraçao de investimentos sintonizados com as qualidades socioambientais e culturais de ilhéus, e região.

Não podemos esquecer, que vencer esses desafios, depende da eleição de governantes municipais comprometidos com a gestão sustentável do meio urbano e rural, e da renovação e resgate da missão da Comissão executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC, que deverá estar preparada para assessorar a demarcação de reservas legais e áreas de preservação permanente em centenas de propriedades rurais.


Por certo, esse é o tempo de buscar conscientização, esclarecimentos, apurar os meios legais, pactuar espaços de governança cooperativa, e de buscar um modelo de gestão ambiental transparente, que seja produto da participação, e seja de amplo conhecimento da todos.

O futuro da mata atlântica é incerto, e depende muito de nós, ilheenses. Ainda temos muito o que descobrir sobre nossa floresta, e nosso sistema de proteção ainda é frágil, instável, faltam unidades de conservação, a maioria das propriedades rurais não possuem reservas legais, a fiscalização ambiental entrou em colapso, e pra piorar, o nível de conscientização sobre os problemas de conservação da mata atlântica na região é baixo, tanto por por parte da população, quanto das instituições públicas.

Pesa ainda mais sob essa realidade, a ameaça de se realizar desmatamentos criminosos a título de "interesse social", e a atitude do governo, algumas empresas e grande parte da imprensa regional, de orquestrar a desqualificação do movimento ambiental, e de suas preocupações, e estimular a opinião pública a acreditar que a luta pela conservação da mata atlântica em Ilhéus é fruto de interesses espúrios.

Mas o bonde é esse mesmo, e com um plano e um programa legalmente instituído, estamos dando mais um passo para dar visibilidade às metas de conservação, e aos grandes desafios de defender o patrimônio natural em tempos de crescimento econômico.

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