sexta-feira, março 23, 2012

Entrevista de Eduardo Rodrigo, Gestor do Parque Municipal da Boa Esperança, a centenária floresta e reservatório urbano de água potável de Ilhéus.


A antiga Fazenda Boa Esperança, que se transformou no Parque Municipal da Boa Esperança, já era uma área oficialmente protegida desde a década de 20. Hoje, mesmo localizada nos limites da zona urbana de Ilhéus, ainda contempla 437 hectares de floresta, sendo refúgio de espécies muito raras, e santuário de fontes de água doce.

À frente da do parque, o estudante de agronomia, Eduardo Rodrigo Ferreira, também coordenador de Unidades de Conservação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ilhéus. Eduardo fala, nessa entrevista, sobre a sua gestão na Unidade de Conservação: problemas, conquistas e desafios.

O parque está localizado em área urbana. Quais os problemas que isto acarreta a sua conservação?

# O parque da Boa Esperança possui 437 hectares, e ele é circunvizinho de cinco grandes bairros de nosso município: Banco da Vitória, Fundão, Malhado, Distrito Industrial e Vila Nazaré. Então, é comum que a gente tenha uma ligação entre zona norte e Banco da Vitória. Os limites são abertos. Hoje dispomos de guardas florestais, que inclusive foram capacitados pelo projeto Corredor Ecológico, e a função desses guardas é fiscalizar esse perímetro. Como a gente não dispõe ainda de infraestrutura adequada para visitação, para um controle total na íntegra do parque, ficamos com nossas divisas desprotegidas; mas isso não quer dizer que esses limites não sejam monitorados.


As comunidades e os agricultores do entorno colaboram com a conservação do parque?.

# Temos propriedades limítrofes do parque, e esses fazendeiros são nossos parceiros, ajudando a identificar possíveis agressores. Há duas semanas, identificamos um indivíduo que estava extraindo madeira de Biriba, uma espécie ameaçada. Recebemos a denúncia e, de imediato, nossos agentes conseguiram autuar o agressor. Isso é parte da parceria que temos com as comunidades do entorno do parque. Os guardas desempenham o papel de fiscal, mas também de educadores ambientais. Temos uma prática de abordagem mais no sentido de conversar, conscientizar. Criamos um vínculo com a comunidade, para que eles possam passar informações de degradação. Temos uma política de intervenção com respeito às comunidades vizinhas, que, sabemos, em grande maioria, são carentes, e que muitas vezes tentaram utilizar-se do parque, sem o devido conhecimento de que se trata de unidade de conservação. Hoje, a comunidade é consciente de que o local abriga uma imensa riqueza, que precisa ser protegida.

Qual a importância do Parque?.

# O parque é considerado um hotspot; ou seja, uma área quente de biodiversidade. É uma área que possui estudos realizados por CEPLAC (*), UESC (**) e The New York Botanical Garden, que identificou mais de 2.200 espécies de plantas. Trata-se de uma área com vasta riqueza de espécies da Mata Atlântica; inclusive, algumas delas, ameaçadas de extinção. Nós encontramos, no parque, por exemplo, madeiras de lei, como o pau brasil, que já não são fáceis de encontrar. A gente tem uma vasta riqueza de espécies em franco desenvolvimento, por ser uma mata primária com seu grande maciço preservado. Encontramos, também, muitas espécies de mamíferos, de primatas. Temos uma grande variedade de formigas identificadas em estudos da UESC. O parque é objeto de pesquisas acadêmicas de mestrado e doutorado do Programa de Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente (PRODEMA).

Como o parque se insere no Corredor Ecológico?

.# O parque possui áreas bem conservadas, trilhas muito boas, fácil acesso e um fluxo gênico muito alto. O objetivo do minicorredor é criar uma conexão, um corredor ecológico, de fluxo gênico entre o Parque Municipal da Boa Esperança, a Lagoa Encantada e o Parque Estadual da Serra do Conduru.

Sabemos que alguns municípios do sul da Bahia já sofrem com a escassez de água para o abastecimento. Diante desse quadro, qual a relação do parque com a disponibilidade de água para o consumo humano?


# O objetivo inicial do município, quando adquiriu a Fazenda da Esperança, na década de 20, foi o abastecimento de água para Ilhéus. O parque abrange três grandes bacias hidrográficas de nossa região, e 51 microbacias do rio Sete Voltas. O município, atualmente, é abastecido pelas águas da Bacia do Iguape (represa no entorno do parque), e nós temos, dentro do perímetro do parque, as principais vertentes formadoras de três grandes bacias; e isso dá a garantia para o município, e, talvez, os municípios vizinhos, de abastecimento de água no futuro. Hoje existem estudos da Embasa para voltar a aproveitar essa água que temos no interior do parque, que é de altíssima qualidade, até mesmo pela dependência da cidade vizinha (Itabuna) de nossa água.
Por que o parque ainda não virou um atrativo turístico?

# O parque foi qualificado dentro da lei federal do Sistema Nacional de Unidades de Conservação na categoria de proteção integral. Nós já temos autorização prévia para realizar pesquisa científica e visitação pública, de forma controlada. Para isso, precisamos ter a infraestrutura adequada. Em 2001, o Ministério do Meio Ambiente, disponibilizou recursos para que o parque tivesse infraestrutura mínima de fiscalização, mas esses recursos não foram continuados e o projeto foi finalizado. De lá para cá, o município tem dificuldades financeiras para administrar o parque, e o que a gente consegue é, tão somente, manter uma equipe de fiscalização que trabalha todos os dias, incluindo finais de semana e feriados. Precisamos criar essa infraestrutura através de associações com organizações não governamentais,e das grandes empresas que estão instalando-se em nosso polo industrial. Isso é possível pela compensação ambiental, que é um instrumento legal. Uma infraestrutura dotada de guaritas, salas de visitação, melhoria dos acessos, etc., é muito caro, e o município não dispõe desses recursos.
Quais os desafios do Parque Municipal da Boa Esperança?

# A gente precisa dar subsídios para que as populações vizinhas possam sobreviver em harmonia com o parque. Já conseguimos diminuir a incidência de criminalidade, e voltamos a ter pesquisa no PMBE. Antes, isso não era possível pelo alto grau de violência. Pesquisadores e alunos da UESC voltaram para dentro do parque. Nosso desafio maior é manter essa biodiversidade e fazer com que a sociedade tenha conhecimento do que o PMBE representa. É muito importante manter uma unidade de proteção integral a 5 ou 10 minutos do centro da nossa cidade.
(*) Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – Localizada no km 22 da rodovia Ilhéus/ Itabuna

(**) Universidade Estadual de Santa Cruz – Localizada no km 16 da rodovia Ilhéus/ Itabuna 

CHICO ANYSIO - Para nós, brasileiros, não precisa falar mais nada.

Gravação do Fantástico - Rede Globo postada no Youtube
por um usuário, e como não foi reclamada, e não fazemos uso comercial,
gostaríamos de reproduzir nesse dia de saudade.

quinta-feira, março 22, 2012

Dois parques do sul da Bahia precisam se comunicar

Parque Municipal da Boa Esperança - PMBE - 437 hectares próximo a zona urbana de Ilhéus.

Em 1927, essa área de 437 hectares já era reconhecida como uma unidade de conservação ambiental, quando foi destinada a conservação florestal para continuar prestando seu serviço de fornecimento de água potável para a população de Ilhéus, um serviço ambiental que as florestas do seu entorno prestam até os dias de hoje, principalmente através da Lagoa do Itaípe, que integra o minicorredor.

Nessa ocasião, foi construído e inaugurado pelo prefeito Mario Pessoa da Costa e Silva, o serviço de abastecimento de água da Cidade de Ilhéus. O sistema funcionou até a década de 70, período em que se desativou a captação de água da barragem da Esperança.

A área doParque foi mantida pela Prefeitura de Ilhéus e pelo Governo do Estado através da EMBASA. No início da década de 90, a Lei Orgânica de Ilhéus, através da Vereadora Vitória Berbert de Castro, responsável pela elaboração do Capítulo XV da Política do Meio Ambiente, art. 226, da Lei Orgânica do Município de Ilhéus, foram criados o Parque Municipal da Boa Esperança e a Área de Preservação Ambiental (APA) da Lagoa Encantada.

Em 1994, tivemos a participação brilhante da bióloga Rute Colares na conservação do Parque, e em 1995 foi elaborada “Minuta” do Plano de Manejo para a área, então denominada Jardim Botânico pela Prefeitura Municipal de Ilhéus. Através da Lei Complementar Municipal nº 001/2001, de 07 de junho de 2001, foi regulamentada a criação da Unidade de Conservação de Proteção Integral denominada Parque Municipal da Boa Esperança, atendendo assim aos Arts. 7 e 11 da Lei nº 9.985 e a Lei Orgânica Municipal. Na oportunidade foi revogado o Decreto nº 42, de 17 de junho de 1994, que criou o Jardim Botânico de Ilhéus.

Em 2001 foi elaborado e decretado os primeiros estudos do Plano de Manejo do Parque Municipal da Boa Esperança.
Parque Estadual Serra do Conduru - PESC - 9.275 hectares entre Ilhéus, Uruçuca e Itacaré.

O Parque Estadual da Serra do Conduru (PESC) foi criado pelo decreto estadual 2.227, de 21 de fevereiro de 1997, e depois ampliado em 2003, possui uma área de 9.275 hectares, e está localizado nos municipíos de Ilhéus, Uruçuca e Itacaré.

O parque está inserido na área do “Corredor Central da Mata Atlântica” contemplado pelo Projeto dos “Corredores Ecológicos” do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil PPG-7.

Foi criado com o objetivo de conservação de remanescentes florestais da Mata Atlântica do Sul da Bahia. Apesar da área decretada do PESC não apresentar uma diversidade de ecossistemas naturais, esta área abriga uma das maiores diversidades de espécies vegetais arbóreas conhecidas no mundo, contando com 458 espécies lenhosas, em um único hectare. Das espécies encontradas nesta região, cerca de 26,5% têm sua ocorrência restrita às florestas do Sul da Bahia e norte do Espírito Santo.Uma curiosidade: "O conduru (Brosimum conduru), árvore de madeira roxa, retilínea, serve para o esteio de casas, para a movelaria e é usada para mastreação de embarcações desde os tempos coloniais. Caravelas, canoas, saveiros e escunas, foram e são conduzidos pela energia do vento transferida para força dos mastros de conduru.”.

Parque Estadual Serra do Conduru será beneficiado pelo Funbio com recursos doados pela Alemanha

No mês de abril, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) concluiu em cerca de 90% a execução dos recursos doados pelo Ministério do Meio Ambiente da Alemanha (por meio do Banco de Desenvolvimento da Alemanha KfW). Do total de R$ 11 milhões contratados em dezembro de 2008, um valor aproximado de R$ 4,2 milhões foram destinados ao Programa Áreas Protegidas da Amazônia – Arpa, enquanto que R$ 6,8 milhões possibilitaram a criação de um fundo para conservação da Mata Atlântica — o Atlantic Forest Conservation Fund (AFCoF). Segundo Pedro Leitão, secretário-geral do Funbio, a Alemanha tem tradição em doar para projetos ambientais no Brasil, como no caso do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7) e do próprio ARPA. Entretanto, estas doações vinham do Ministério para a Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha. “Foi a primeira vez que o Ministério do Meio Ambiente (BMU) da Alemanha doou para o Brasil, e escolheu fazê-lo, em estreita cooperação com o seu Ministério do Meio Ambiente, por meio de uma organização não-governamental — o que também é uma novidade.

Isto demonstrou sua confiança nos esforços brasileiros de conservação da biodiversidade e por isso foi extremamente importante o cumprimento dos prazos estipulados”, destaca. O Arpa, um programa do Governo Federal no qual o Funbio é um dos parceiros para execução, recebeu contratualmente R$ 8,4 milhões para uso exclusivo em unidades de conservação (UCs) de uso sustentável. Deste total, cerca de R$ 4,2 milhões foram recebidos em dezembro de 2008 pelo Funbio, que até abril de 2009 executou 86% dos recursos, custeando itens importantes para a gestão das UCs como planos de manejo e ações de integração com o entorno, demarcação, sinalização e proteção. Do novo doador também vieram os recursos para a participação de gestores em capacitações e eventos. A segunda parte da doação será aportada pela Cooperação Alemã ainda em 2009. No caso do Atlantic Forest Conservation Fund (AFCoF), a execução dos recursos doados atingiu 95%.

O fundo empregou R$ 3,2 milhões na compra de bens para dez UCs federais em sete estados da Mata Atlântica, dez unidades estaduais em Minas Gerais, e também UCs estaduais no Rio de Janeiro. Duas das UCs federais beneficiadas, os parques nacionais do Descobrimento (BA) e Itatiaia (RJ), receberam também equipamentos especiais para o combate de incêndios florestais.

Complementares aos esforços públicos de conservação da biodiversidade, as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) também mereceram atenção do AFCoF. Foram destinados R$ 550 mil para o Programa de Apoio às RRPNs da Mata Atlântica, coordenado pelas ONGs Conservação Internacional, Fundação SOS Mata Atlântica e The Nature Conservancy. Seis projetos de negócios sustentáveis em áreas prioritárias para conservação da Mata Atlântica, como o mini-corredor de biodiversidade Parque Estadual da Serra do Conduru/Boa Esperança no sul da Bahia e a Serra do Brigadeiro na Zona da Mata mineira, receberam cerca de R$ 600 mil do fundo, que financiou também atividades do Departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais. Créditos de carbono possibilitaram doação - Os recursos doados pelo Ministério do Meio Ambiente (BMU) são provenientes de venda de créditos de carbono pelo Governo alemão e a doação para o Brasil faz parte de uma iniciativa internacional de Clima, anunciada pelo BMU no ano passado.

O Brasil é o quarto emissor mundial de gases efeito estufa, com dois terços de suas emissões oriundas de desmatamento, principalmente na Amazônia Legal. André Ahlert, diretor do KfW no Brasil, avalia os resultados de forma positiva: “Uma das coisas mais importantes para o BMU foi o fato de o Funbio, o Governo Federal e os parceiros beneficiados terem uma agenda e compromissos muito avançados no campo da preservação ambiental e, especificamente, na articulação de uma política pública em favor da Mata Atlântica”. André destaca ainda que o Atlantic Forest Conservation Fund (AFCoF) facilmente se incorporou a este ambiente e que o BMU avalia a possibilidade de alocar novos recursos. “Só investir dinheiro, afinal, não é suficiente. É importante pensar nos efeitos de longo prazo e garantir a sustentabilidade das ações. Para isso, instituições fortes e o fator humano engajado são chave.” completa André.

Aberta consulta sobre Atlas de Espécies Ameaçadas

Brasília (12/03/2012) – O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) abriu na terça-feira (13), consulta pública a todos os pesquisadores interessados em contribuir para a revisão do Atlas de Espécies Ameaçadas de Extinção, publicado em abril de 2011. A consulta fica aberta por 30 dias. Veja abaixo como participar.

A contribuição deve ser feita via questionário elaborado pela Coordenação de Análise e Prognóstico de Risco à Biodiversidade, vinculada à Coordenação Geral de Manejo para Conservação do Instituto Chico Mendes. O questionário está dividido em dois tipos – fauna e flora. O de fauna apresenta os grupos taxonômicos – anfíbios, aves, invertebrados aquáticos, invertebrados terrestres, mamíferos, peixes e répteis – e o de flora, a lista de espécies por família.

A base para a elaboração do questionário foi o Livro Vermelho de Espécies Ameaçadas de Extinção, que traz a lista divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente. “Partimos de um parâmetro oficial”, frisa o coordenador geral de Manejo para Conservação do Instituto Chico Mendes, Ugo Eichler Vercillo.

A única restrição, em virtude da ferramenta usada para elaboração do questionário, é que o pesquisador que investigou uma ou mais espécies em unidades de conservação (UC) diferentes terá que preencher o questionário para cada UC estudada. “Mas caso tenha estudado várias espécies em uma mesma unidade, o questionário é único”, frisa a Coordenadora de Análise e Prognóstico de Risco à Biodiversidade, Gabriela Leonhardt.

Um aspecto importante do questionário é o detalhamento das referências do pesquisador, tais como publicações acerca da espécie em teses, artigos, congressos, avistagem com registro fotográfico, com coordenadas georeferenciadas, entre outras.

Nas próximas fases, está prevista a compilação dos dados pelo ICMBio e a validação pelos 11 centros de Pesquisa e Conservação. Os pesquisadores que tiverem alguma dúvida devem encaminhar e-mail para coapro.dibio@icmbio.gov.br  Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. "> coapro.dibio@icmbio.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou ligar para 61-3341-9529.

As fotografias de registros de espécies deverão ser encaminhadas para fotosbiodiversidade@gmail.comEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. "> fotosbiodiversidade@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. , especificando o nome da espécie e autor da imagem, bem como se elas podem compor o novo Atlas ou não.

SERVIÇO:

Acesse o questionário de fauna, clicando aqui

Acesse o questionário de flora, clicando aqui

FONTE: ICMBio - MMA

DIA INTERNACIONAL DAS FLORESTAS: Alemanha continua cooperação com o Brasil para proteger o clima e a biodiversidade



A Alemanha continua a sua longa e bem sucedida cooperação com o Brasil para a proteção do meio ambiente e da biodiversidade. Hoje (21.03), no Dia Internacional das Florestas, será assinado um acordo de financiamento no valor de 20 milhões de euros entre o Banco de Desenvolvimento da Alemanha KfW e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). Os fundos serão aplicados na segunda fase do programa "Áreas Protegidas da Amazônia" (ARPA II).

O ARPA, do governo brasileiro, é o maior programa de conservação de florestas tropicais do mundo. Na primeira fase (ARPA I, 2003-2010) cerca de 23,3 milhões de hectares de floresta tropical na Amazônia foram colocados sob proteção. O objetivo da segunda fase do programa é a criação de 13,5 milhões de hectares de novas áreas protegidas na Amazônia. Com um total alvo de cerca de 40 milhões de hectares, a ARPA representa um excelente contributo para a proteção da biodiversidade e do clima global.

Além da Alemanha, o projeto será financiado e apoiado pelo Banco Mundial e pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF). A contribuição alemã para o ARPA II totaliza 40 milhões de euros, dos quais 20 milhões de euros serão utilizados imediatamente para o financiamento do programa e 20 milhões de euros irão para um fundo permanente para a manutenção das áreas protegidas.
O Ministério Federal para Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ) é o responsável pela cooperação com o ARPA, cujo orçamento vem da contribuição alemã no montante de 40 milhões de euros. O Banco de Desenvolvimento KfW, em nome do BMZ, executa a cooperação financeira. Além disso, a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GIZ) fornece ao Ministério do Meio Ambiente do Brasil (MMA) o aconselhamento para a implementação do ARPA.

© Juliana Echer Manto (do Centro Alemão de Informação da Representações da República Ffederal da Alemanha no Brasil).

quinta-feira, março 15, 2012

Rio+20: UN chief outlines five-year action plan to build ‘the future we want’

Secretary-General Ban Ki-moon today outlined a series of actions he believes the global community must take over the next five years to build “the future we want.”


In a speech to the General Assembly last September Mr. Ban presented five imperatives – or generational opportunities – that must be addressed to ensure a better future for the world’s people.

These are sustainable development; preventing and mitigating conflicts, human rights abuses and the impacts of natural disasters; building a safer and more secure world; supporting countries in transition; and working to engage the talents of women and young people.


“Today I want to share with you an action agenda for the coming five years,” he told the Assembly as he returned to the rostrum to brief Member States on his vision for his second term.

A plan to help create a safer, more secure, more sustainable, more equitable future. A plan to build the future we want.

“A plan to make the most of the opportunities before us. A plan to help create a safer, more secure, more sustainable, more equitable future. A plan to build the future we want,” he said.

The “action agenda” presented today describes specific measures regarding each of the five imperatives, including an unprecedented campaign to wipe out five of the world’s major killers – malaria, polio, paediatric HIV infections, maternal and neonatal tetanus, and measles.

Mr. Ban also announced that the UN will work with Member States to make Antarctica a World Nature Preserve and that he will appoint a new special representative for youth.

Among his other proposals is the convening of a first-of-its-kind World Humanitarian Summit to help share knowledge and establish common best practices, and the creation of a New UN Partnerships Facility to harness the full power of transformative partnerships across the world body.

“Waves of change are surging around us,” he told the Assembly. “If we navigate wisely, we can create a more secure and sustainable future for all. The United Nations is the ship to navigate these waters…

“We are the venue for partnerships and action. Now is our moment. Now is the time to create the future we want,” he stated

quarta-feira, março 14, 2012

"O Brasil não pode chegar na Rio+20 com retrocessos"


Em entrevista exclusiva à Carta Maior, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, faz um balanço das duas últimas décadas nas lutas ambientais e exorta o governo brasileiro a assumir o papel de propositor na Rio+20, para “criar o constrangimento ético” e fazer avançar a agenda ambiental. Sobre uma das principais polêmicas do Fórum, ela afirma preferir trabalhar o conceito de desenvolvimento sustentável a “entrar nessa discussão de economia verde ou azul ou amarela”.

Maurício Thuswohl

Porto Alegre – Marina Silva talvez seja a personagem mais emblemática do Fórum Social Temático 2012, que também serve como evento preparatório à Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável da ONU (Rio+20) que acontecerá em junho no Brasil. Como militante da causa ambiental, Marina participou na Rio-92 daquele momento histórico de articulação do movimento socioambientalista no Brasil. Como ministra do Meio Ambiente durante parte do governo Lula, ajudou a levar o país ao lugar de protagonista das negociações multilaterais que envolvem todo o planeta no combate ao aquecimento global. Como senadora, atuou em importantes discussões da política ambiental brasileira que hoje têm no debate em torno do Código Florestal seu ponto de fervura.


Todos esses temas convergem nestes dias de FST 2012 em Porto Alegre, o que torna as opiniões de Marina Silva um importante termômetro da discussão ambiental no Brasil a poucos meses da Rio+20. Em entrevista exclusiva à Carta Maior, Marina faz um balanço das duas últimas décadas e exorta o governo brasileiro a assumir o papel de propositor na Rio+20, para “criar o constrangimento ético” e fazer avançar a agenda ambiental. Sobre uma das principais polêmicas do Fórum, ela afirma preferir trabalhar o conceito de desenvolvimento sustentável a “entrar nessa discussão de economia verde ou azul ou amarela”.

Sobre política, Marina afirma não saber se será novamente candidata em 2014 e afirma não tratar os 20 milhões de votos recebidos nas últimas eleições presidenciais como “uma herança que tenha que ficar administrando”. Marina também descarta nesse momento a criação de um novo partido: “Não se faz partido por causa de eleição. Partido se faz quando se tem ideia, quando se tem projeto e visão de mundo”, diz.

Leia a seguir a íntegra da entrevista de Marina Silva à Carta Maior: