domingo, janeiro 29, 2012

Fórum Social Mundial 2012


Excelente oportunidade de começar o ano, refletindo a pauta de discussão da Rio + 20 e os grandes desafios do desenvolvimento no século XXI. Confira a entrevista com a ex-senadora Marina Silva, o teólogo Leonardo Boff e Oded Grajeu, um dos idealizadores do Fórum Social Mundial 2102. O fórum é uma das etapas preparatórias para a Rio +20, United Nations Conference on Sustainable Development, que acontecerá entre 04 e 06 de junho na cidade do Rio de Janeiro.

sábado, janeiro 28, 2012

Praia Limpa - Participe dessa ideia !


Fotos: Blog Toque Esportivo e Portal Mix

É amanhã ! Ilhéus não desiste dessa ideia, apesar de todas as dificuldades que temos para manter limpo, o mais extenso litoral da Bahia (92 km). Mas, o que depende de nós é a mudança de hábitos e costumes, é o comprometimento com a cidadania, é o agir.

Conscientizar as comunidades e valorizar a atitude consciente com o problema essencial dos resíduos e o meio ambiente, através da cooperação e do entretenimento é o grande mérito de ações coletivas como estas. Uma ideia que vem sendo fortalecida em Ilhéus desde 1998, e cujas ações estão se tornando cada vez mais frequentes e participativos.
Gostaríamos de convidá-los para participar de mais uma ação do Projeto Praia Limpa UESC, que ocorrerá no dia 29/01/12 (Domingo), a partir das 8:30 h da manhã, com concentração na Cabana Verão Tropical (próximo ao Hotel Praia do Sol), na Praia do Sul, em Ilhéus. Após instruções para a atividade será realizada a limpeza da praia desse ponto até a Cabana Céu e Mar Beach Club (encerramento na altura do Km 03).

Além disso, ocorrerá a sensibilização dos banhistas e colagem de cartazes nas cabanas de praia ao longo do trajeto. Esta atividade irá contar com a participação e apoio de diversas entidades (ONG Amparo Melhor, Ação Ilhéus, Cabruca, Floresta Viva, Viver da Mata, Filtro dos Sonhos, Projeto Mero Canapu, Grupo de Capoeira do Mestre Gordo, IFBA, IESB, CIEA-BA, DABio, Coletivo Mobiliza UESC, Coletivo 13 de maio, Colegiado de Biologia, Casa Arte da Criança, Associação de Surf de Ilhéus, Associação de Bodyboard de Ilhéus, Associação Madureira de Surf, Associação de Turismo de Ilhéus, Projeto Ondas, SEDUR-Prefeitura de Ilhéus, Associação de Moradores do Bairro Hernani Sá, EMBASA, Escola Santa Ângela e Moyses Bohana, Meira Supermercados, ADUSC, etc.), bem como o envolvimento da comunidade local.

Destacamos, que essa ação foi proposta pela presidência da Associação de Moradores do Bairro Hernani Sá e pelo proprietário da CabanaCéu e Mar Beach Club. Esta ação visa conscientizar a população sobre consumismo exagerado e alertar a sociedade sobre como estamos tratando as nossas praias e oceanos, bem como a necessidade de preservá-los. Afinal, os resíduos (sólidos ou líquidos) que diariamente são descartados nas ruas das cidades de todo mundo vão parar nas praias. Por isso a provocação no nosso cartaz: "Me jogue na rua, que te encontro na praia...".

Participem! Vamos chamar a atenção da sociedade para este problema diário e conscientizar a população sobre o consumismo nosso de cada dia. Podemos dar o destino correto para os nossos resíduos, isso inicia em nossas casas e comunidade. Educar é preciso! Lugar de lixo é na lixeira!

A UESC tem um papel fundamental nessa articulação com a sociedade na busca de solucionar problemas como este. "O crime só é organizado porque o BEM não é...". Após a atividade, todo resíduo retirado da praia será devidamente coletado pela SEDUR –Prefeitura de Ilhéus.

FOTOS DE ALGUMAS EDIÇÕES DO PRAIA LIMPA - SURF LIMPO, ETC.
CLIQUE NA FOTO E DIRECIONE PARA O SITE.

Hora de regulamentar o Terceiro Setor


Rodrigo Baggio, empreendedor social, é presidente do Comitê para Democratização da Informática.

As organizações não governamentais (ONGs) ganharam força, no nosso país, a partir do processo de redemocratização política que se deu após o período da ditadura militar (1964 a 1985). Mas foi no final dos anos 80 que se intensificou o debate nacional e internacional sobre a incapacidade do Estado de atender às demandas sociais da população e a necessidade de fortalecimento da sociedade civil nesse processo, ampliando a difusão dos conceitos de Terceiro Setor e responsabilidade social corporativa.

Nessa época crescia no Brasil a consciência do empresariado a respeito da necessidade de se promoverem transformações sociais que fossem muito além do assistencialismo e atendessem às reais necessidades da população. E foi assim que, no início da década de 1990, surgiram importantes iniciativas voltadas para os campos da educação, da inclusão digital, do meio ambiente e da sustentabilidade.

Não podemos deixar de mencionar iniciativas importantes, como a Ação da Cidadania, criada em 1993 pelo sociólogo Herbert de Souza, o saudoso Betinho, a partir do movimento pela ética na política; e a Pastoral da Criança, fundada em 1993 pela médica pediatra e sanitarista brasileira Zilda Arns (falecida em 12 de janeiro de 2011 em Porto Príncipe, vítima do terremoto que devastou o Haiti). Em seu trabalho, a doutora Zilda aliou o conhecimento científico à cultura popular, valorizou o papel da mulher pobre na transformação social e mobilizou a sociedade civil e empresários na luta por uma vida digna para todos.

Além disso, organizações globais como a Skoll Foundation, a Schwab Foundation e a Ashoka desenvolvem um amplo trabalho de apoio e incentivo ao empreendedorismo social.

A Ashoka, por exemplo, é pioneira no campo da inovação social e há mais de 30 anos vem indicando e premiando profissionais desse segmento de atuação. Para eles, o Brasil, sem dúvida, pode e deve ser visto como terreno fértil para iniciativas voltadas para essa categoria. Os seus empreendedores sociais fazem parte de uma rede mundial de intercâmbio de informações, de colaboração e de disseminação de projetos. Essa rede é composta por mais de 2.700 empreendedores localizados em 70 países - incluindo o Brasil, com 320 profissionais.

As recentes denúncias que estamparam as páginas dos jornais e revistas brasileiros sobre a participação de organizações não governamentais em esquemas de desvio de verbas públicas não podem ser interpretadas de maneira simplista. Segundo dados da Organização Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), com base nos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 340 mil ONGs no Brasil. E como fundador do Comitê para Democratização da Informática (CDI), ONG que atua há 16 anos na área de inclusão digital, com recursos oriundos do setor privado, posso garantir que a grande maioria dessas instituições sem fins lucrativos atua de forma séria e comprometida.

Essas notícias, que acabaram provocando a queda de três ministros do governo Dilma Rousseff - Carlos Lupi, do Trabalho, Orlando Silva, do Esporte, e Pedro Novais, do Turismo -, levaram a presidente da República a suspender no final de outubro, por 30 dias, todos os repasses de verbas federais para ONGs. O Decreto n.º 7.592, de 28 de outubro de 2011, determinava uma devassa em todos os convênios firmados entre o governo federal e essas organizações até o dia 16 de setembro do ano passado, quando foram estabelecidas regras mais rígidas para contratos dessa natureza. Somente foram preservados do bloqueio contratos ligados a programas de proteção a testemunhas, serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e convênios com histórico de idoneidade, pelo menos, nos cinco anos anteriores.

Ainda segundo a Abong, as entidades civis sem fins lucrativos protestaram contra os danos morais que o decreto acarretou a milhares de organizações que desenvolvem projetos e ações relevantes para a sociedade. Além disso, a medida desviou o foco do problema para as organizações não governamentais, e não para os políticos que utilizam os seus cargos para efetuar práticas ilícitas.

De acordo com o Portal da Transparência, em 2010, do total de R$ 232,5 bilhões de transferências voluntárias do governo federal, R$ 5,4 bilhões destinaram-se a entidades sem fins lucrativos de todos os tipos, incluídos partidos políticos, fundações de universidades, etc. Ao todo, 100 mil entidades foram beneficiadas, 96% delas com transferências de menos de R$ 100 mil. Se juntarmos todas as denúncias contra ONGs publicadas na imprensa nos últimos 24 meses, as entidades citadas não passariam de 30.

Para evitar os excessos cometidos é fundamental e inadiável aprovar, e urgentemente, um marco regulatório que tangencie a atuação das organizações não governamentais - uma demanda já antiga das instituições que atuam no Terceiro Setor - e contemple o perfeito cumprimento das normas, por meio de auditorias técnicas eficazes e do estabelecimento de indicadores transparentes de qualidade e de fiscalização.

Na verdade, os escândalos que envolvem as organizações não governamentais têm sua origem num grupo de políticos corruptos que abusam de sua autoridade para desviar dinheiro público em benefício próprio. E esse quadro só vai melhorar quando a Lei da Ficha Limpa for devidamente aplicada e o Congresso Nacional acabar de vez com o voto secreto, que exime deputados e senadores de cumprirem suas responsabilidades.

A hora é esta e o Terceiro Setor precisa se unir e mobilizar todos os meios legítimos para defender essa causa. Chegou o momento de o governo federal tomar posição assertivamente e combater a corrupção de forma técnica e transparente.

FONTE: ESTADÃO - 03/01/2012

Florestas dos EUA, democracia, e gestão pública no Brasil.

Reflexão sobre boas práticas de consultas à sociedade e o modelo de gestão pública brasileira.

Por Axel Grael, engenheiro florestal, ambientalista e velejador.

O Serviço Florestal dos EUA (US Forest Service) acaba de publicar um Relatório de Impacto Ambiental para o novo plano de gestão do Sistema de Florestas Nacionais daquele país.

Com base no processo de consulta, que o relatório faz parte, o cidadão americano tem a oportunidade de contribuir com planejamento e a tomada de decisão quanto aos rumos a serem tomados na gestão de florestas nos EUA. O contribuinte é estimulado a votar em várias alternativas de intervenções, investimentos e procedimentos para melhorar o sistema de florestas públicas.

O documento divulgado apresenta os resultados desta consulta e os próximos passos na implantação da política preconizada pelo US Forest Service.


O US Forest Service apresenta um belo exemplo de procedimento que contrasta com a nossa prática de tomada de decisão ainda autoritária, enclausurada nos gabinetes dos órgãos públicos.

Do lado de cá

 Os escândalos diários gerados pela atual prática e pelo modelo de gestão pública no Brasil são a consequência da nossa falta de transparência e participação na tomada de decisão. Isto é campo fértil para os mal-feitos, como diz a nossa presidenta. Precisamos refletir sobre os caminhos a seguir no futuro. Temos que sair do atual modelo de democracia representativa (elegem-se representantes que passam a ter carta branca para decidir em nosso nome - e que qualidade de representantes!!!) e passar para uma democracia participativa, com efetivo exercício da cidadania.

O que hoje se chama de "espaços de participação na administração pública" não vai muito além de retórica e mero formalismo. Raros são os conselhos e outras instâncias participativas que realmente funcionam. Consultas públicas, audiências públicas, conferências públicas, conselhos de contribuintes, fóruns de "orçamentos participativos", e outros, raramente ocorrem com real participação democrática e com real capacidade decisória. Quase sempre são encarados como exigências da legislação ou como instâncias apenas consultivas. Quando ousam atuar, são rechaçados. É o que tristemente assistimos agora com o Conselho Nacional de Justiça, criado para ser o "controle externo" do Judiciário. Ao colocar o dedo na ferida provocou logo uma reação furiosa daqueles que se sentem com o poder em risco.

E para que estes espaços funcionem, a sociedade precisa se organizar. Até para exigir esta transformação. Dificilmente, o "donos do poder" abrirão mão do que têm. A cidadania precisa conquistar esta participação pelas vias democráticas e o caminho é aquilo que já chamaram de "radicalização da democracia", ou seja, ir mais a fundo na democracia. Conquistar não apenas uma democracia formal, mas de fato.

E uma sociedade civil organizada e atuante não pode prescindir das ONG's, também chamuscadas pelos escândalos que envolvem a adinistração pública. Para sanear este setor é preciso estabelecer-se um novo marco legal, compromisso assumido por Dilma na última campanha eleitoral e que começou a andar após os últimos escândalos envolvendo as pseudo-ONGs que indignaram o país e derrubaram ministros.

Estamos entrando em período eleitoral, quando entre personalismos, baixarias e superficialidades habituais, consegue-se algum espaço para debater políticas públicas. Que venha o debate de alto nível e de qualidade. Que os políticos sejam avaliados pelas ideias e compromissos que representam e não pela embalagem marqueteiras que constroem para si mesmos.

ARTIGO ORIGINAL NO BLOG DO GRAEL (Aqui).

ACESSE O DOCUMENTO ORIGINAL DO FOREST SERVICE SO ESTADOS UNIDOS 

domingo, janeiro 22, 2012

Documentáro sobre a Crise Cacau x Mata Atlântica na década de 90

Vale conferir o documentário apresentado por Marília Gabriela, um dos melhores trabalhos audiovisuais já realizados sobre o sul da Bahia, revelabdo com clareza os desafios de conservação da mata atlântica, e o impactos da crise do cacau durante a década de 90.

ASSISTA O DOCUMENTÁRIO EM TRÊS PARTES:


PARTE 1

PARTE 2

PARTE 3

Professores da UESC apontam falhas no EIA/RIMA do Porto Sul



Professores e pós-graduados da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC, ligados ao Departamento de Ciências Agrárias e ao Programa de Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente -PRODEMA, protocolaram no IBAMA, documento com dúvidas, considerações e questionamentos a respeito do Estudo de Impacto Ambiental, e de seu respectivo relatório público, o RIMA, elaborados pelas empresas consultoras Hydros e Orienta. 

As observações foram encaminhadas dentro do prazo regulamentar pós-audiência pública, em nome de Célio Costa Pinto e Mariana Graciosa Pereira, respectivamente, Presidente e Secretária Executiva da Audiência Pública do Porto Sul, realizada em Ilhéus em 29 de outubro de 2010, e foi subscrito pelos doutores Gil Marcelo Reuss, Francisco de Paula Fernandes, José Adolfo de Almeida Neto e Daniel Mauro Souza Lemos. 

Os estudos da Hydros e Orienta apresentados pela Bahia Mineração ao IBAMA são alvo de 38 questionamentos técnicos, envolvendo o termo de referência, o diagnóstico das comunidades, a localização, implantação e a operação do empreendimento. A argumentação confronta as informações existentes com as exigências da legislação ambiental e as avaliações técnicas realizadas pelos próprios especialistas da UESC.

Já no cabeçalho, os professores requerem, "com base no Art. X, inciso VI, da Resolução CONAMA 237/97, “que a presente seja transformada em DILIGÊNCIA, para recomendações, solicitações de esclarecimentos e complementações ao empreendedor, sobre as quais também se requer seja dada ciência aos subscritores, para cumprimento do quanto disposto no art. 2º. da Lei 10.650/2003 (Lei de Informações Ambientais).


O IBAMA e a sociedade tentam compreender e responder a uma série de dúvidas, ou de informações que faltam para que os impactos socioambientais desse empreendimento possam ser corretamente avaliados, apesar da entrevista do representante do órgão na Bahia, Célio Costa Pinto (foto acima) ao Correio da Bahia, afirmando que "não vê impedimentos para o o licenciamento do Porto Sul".

O documento aponta informações insuficientes ou contraditórias no EIA/RIMA, e solicita esclarecimentos sobre métodos de análise, sobre a não realização de procedimentos técnicos obrigatórios, não adoção de testes e simulações relacionados com poluição e segurança ambiental, descumprimento de normas técnicas legais, ausência de estratégias de mitigação de impactos socioambientais, e de programas de atendimento aos planos existentes de conservação da Mata Atlântica, e ecossistemas marinho e fluvial. 

Questões específicas, como o detalhamento da dragagem da bacia de evolução e da qualidade do material de descarte, do volume e fornecimento do material pétreo, da utilização dos mesmos dados primários de levantamento da fauna e da flora da área anteriormente projetada para o empreendimento, da exclusão das vias de acesso ao porto da área de influencia direta do empreendimento, dentre outras, compõem o documento. 

Deficiências nos critérios de análise, e mesmo erros primários foram apontados no Estudo de Alternativas Locacionais. - "Com base em quais dados, a coordenação geral do EIA/RIMA afirmou na audiência pública que na área de Aritaguá foram estudadas duas áreas, se os mapas apresentados na figura 1, extraído de documentos destes estudos, apontam para a mesma área?”. 

- “Porque não formam considerados como critério na definição de alternativas locacionais do empreendimento, a disponibilidade e a demanda por recursos hídricos (superficiais e subterrâneos) e os riscos associados à sua contaminação pelas atividades do retroporto do minério de Ferro? 

O documento do Prodema confirma, que existem falhas e lacunas de informações não preenchidas nos estudos de implantação do projeto Porto Sul, que ainda não foram devidamente esclarecidas, dificultando, nessas condições, a sua qualificação e habilitação pelo IBAMA.

O DOCUMENTO

(Para facilitar a visualização, clique em View Fullscreen no canto direito)

sexta-feira, janeiro 20, 2012

Wesley Andrade: Diretor cinematográfico morre em acidente


Um acidente automobilístico fatal resultou na morte do empresário Wesley Andrade, dono da Produtora Câmera Hum, sediada em Itabuna. Wesley, como definiu Daniel Thame em seu blog, foi "um empreendedor", atuando em várias áreas, mas com destaque especial para a sua atuação como publicitário.

Ele foi um dos pioneiros da produção audiovisual comercial do sul da Bahia, desde os tempos do VHS, conseguindo montar a produtora de vídeo mais bem estruturada da região. Especializada no vídeo institucional e no marketing político, realizou diversas inúmeros trabalhos e campanhas políticas, como a de Jucara Feitosa nas últimas eleições municipais. Ultimamente, a produtora vinha realizando trabalhos para clientes de outros estados, como São Paulo, Minas Gerais e Espirito Santo.

Em 2004 trabalhei com a Camera Hum, como cliente, na realização do documentário APA Lagoa Encantada: Descobrindo a Natureza da ONG ABARÁ, tendo sido convidado por Wesley em 2007 para dirigir o documentário “Agricultura Familiar e Agroecologia” da CEPLAC. Mais recentemente, realizamos o projeto de documentário 26 DOC´s para a TVE-Bahia, onde filmamos “Impressões Nativas do Descobrimento” e “Diálogo do Desenvolvimento Sustentável”, veiculados na TV, dias 01 e 02 de janeiro de 2012, como noticiamos nesse blog no último dia 04.

segunda-feira, janeiro 16, 2012

Cuidado com essa terra: Uma foto vale mais que mil palavras!



O Sul da Bahia é tão antigo quanto o Brasil, e salvaguarda tesouros do patrimônio natural e cultural da nação. Por detrás de suas belas paisagens, ainda existe miséria, resultado da perseguição histórica aos nativos, concentração de poder e riquezas, da crise do cacau e outros descaminhos.

Ainda assim, esse é um lugar raro para os dias de hoje, onde se tem a oportunidade de qualificar um modelo de desenvolvimento autêntico - social, cultural, economico, ecológico, tecnológico. Temos um grande campo de vocações e potencialidades para grandes realizações, e podemos evitar a repetição de erros e as práticas que deixaram um rastro de degradação socioambiental em outras regiões.

Trata-se de um trêcho especialíssimo da Mata Atlântica, diferente de todos os outros da costa atlântica, onde, mesmo depois de séculos de exploração, ainda se tem encontrado dezenas de novas espécies da fauna e da flora desconhecidas da ciência, e registrado recordes de biodiversidade. Nessa aspecto, esse pequeno trecho de litoral tem importância global, vocação de pouquíssimas regiões do planeta, e que deve ser encarada como uma vantagem comparativa para o sul da Bahia do século XXI.

Um olhar cuidadoso para essa região requer um planejamento de ocupação referenciada pelo território integrado, bioma/ecossistemas e bacias hidrográficas, e isto exige uma legislação ambiental diferenciada, específica, no nível estadual e em cada um dos municípios do território. A matemática da conservação da biodiversidade regional também nos orienta a estabelecer uma rede de RPPN´s, Parques e APA´s, e maiores exigências de contrapartidas de áreas florestais para todos os emprendimentos.


Esperamos um crescimento responsável, e que respeite a identidade desse delicado sul da Bahia, protegendo esse tesouro, e encontrando estratégias de promover a inclusão e melhoria da qualidade de vida das comunidade tradicionais rurais, ribeirinhas, indígenas, quilômbolas e pesqueiras, que são as primeiras a pagar a conta pela degradação e pelos processos de aculturação de uma região.


Precisamos de responsabilidade e auto-estima para tomarmos decisões estratégicas refletindo a nossa vocação com soberania, dissernimento e inteligência, e escolhendo o que nos convêm à coletividade, não apenas para amanhã, mas para a década, o século e o futuro.


Uma imagem vale mais que mil palavras, então ficam mais de 10.000 "Vale-reflexões" nas extraordinárias fotografias de Fábio Coppola, Castilho, José Nazal, Cid Povoas e Paulo Paiva.


sábado, janeiro 14, 2012

O Drama Ambiental na Segunda Década do Século XXI

* Ilustram esse artigo, as extraordinárias ilustrações de Peter van der Vet no livro "The Economic Revolution" de Willem Hoogendijk, 1991.



Clima, desastres naturais, enchentes, energia, os primeiros anos de segunda década do século XXI reafirmam a necessidade de mudança de rumo. E se não são bons, os tempos para o ambiente, pior para o homem.


Segue o sofrimento e os prejuízos, diante do clima e das chuvas, troco da natureza, reflexo da ocupação e desmatamento irracional, ausência de governo e de conscientização pública da educação ambiental.


O mundo não esquecerá 2011 pelas tragédias naturais, depois do terremoto de 300.000 mortos no Haiti (12/01/2010), a Tsunami do Japão (31/12/2011) seguida de acidente nuclear, e as tragédias da chuvas na América Latibal, Peru (25/01/2010) e México (04/01/2010), forçam o homem a rever sua relação de poder diante da natureza.


Assim chegamos a segunda década de um século decisivo para a humanidade, onde as relações entre humanismo, economia e ecologia irão se estreitar ao máximo, o petróleo vai declinar e o dragão do consumismo será posto a prova pela China. São anos de avisos da natureza, que anunciam que a Educação Ambiental é coisa séria, e que precisamos planejar a vida, compreendendo e respeitando os ciclos naturais.

Em busca de um mundo melhor, a ONU elegeu 2011 "Ano Internacional das Florestas", e "Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes", enquanto os católicos ousaram refletir esse cuidado com o planeta na Campanha da Fraternidade - " A criação geme em dores de parto (RM 8.22).


A tragédia de Friburgo em 12/01/2011 ganhou o título de maior tragédia natural do país, dando sequência as tragédias dos anos anteriores, de Santa Catarina (22/11/2008), de Angra dos Reis (01/01/2010), da cidade de São Paulo (22 a 26/01/2010), da cidade do Rio de Janeiro (05/04/2010) e de Alagoas/ Pernambuco (18/ 06/2010), sempre batendo recordes de níveis pluviométricos registrados em décadas.


Durante o ano, assistimos a discussão do novo código florestal no Congresso Nacional ao vivo pela TV, e vimos perplexos a ignorância e preconceito de parte dos deputados quanto às questões ambientais.


Outro fato marcante de 2011 foi o licenciamento, duramente quetionado, de uma Usina Hidrelétrica nas terras do Xingú. E para fechar o ano, mais um super derramamento de óleo no mar, só que dessa vez, o estrago não foi da Petrobrás, mas de uma empresa estrangeira, a suíça Trasocean, nos fazendo perceber que somos inexperientes nesses casos. No plano global, fechamos o ano com o fracasso da Reunião do Clima, adiando decisões, e enfraquecendo o sonhado pacto global por uma agenda ambiental.



No sul da Bahia, o projeto de um porto de minérios tomou a cena durante todo o ano, e foi questionado na imprensa nacional, enquanto a Bahia Mineração atuou como parceira do município, fez looby e propaganda pesada, sempre passando a ideia de que o porto já está aprovado, antes mesmo da decisão do Ibama.


Por outro lado, o projeto se viu ameaçado diante do movimentos organizados envolvendo especialistas e comunidades tradicionais, mobilizados contra o armazenamento e escoamento de minério de ferro em uma área de proteção ambiental.


Entramos 2012 com a boa notícia da chegada do diezel com teor de enxofre 36 vezes menor, que passará a atender a nossa frota de caminhões e ônibus em todo o país. Já os votos da economia são de “Feliz 2013”, já que não haverá crescimento, o que ajuda a baixar a poeira e a euforia de projetos como o Porto Sul, ganhando tempo para desacelerar o trem em desgoverno ambiental, e assegurar uma reflexão mais profunda sobre a defesa de um modelo racional de desenvolvimento.



A ONU declarou 2012, Ano Internacional dedicado às cooperativas, que sinaliza para o modelo de desenvolvimento que o Brasil, e o sul da Bahia precisa reforçar e investir no rumo da união social pela sustentabilidade. O grande evento do ano será a Rio +20 (04/06), vinte anos depois da Rio 92, sem mais os sonhos de outrora, e com uma pergunta no ar: Será mais uma encenação?


Para o sul da Bahia, 2012 é um ano histórico, não apenas pela comemoração do Centenário de Jorge Amado, nem por causa da construção de uma nova ponte (que só sai em 2012), mas por conta do esperado parecer do IBAMA sobre o licenciamento do Porto da Bamin, que independente do resultado, trará grandes repercussões.


Sem perder tempo, o ano começou com a imprensa regional recheada de publicidade, como uma entrevista entusiasmada do presidente da Bamin ao Jornal Agora, José Francisco Viveiros, e declarações precipitadas do superintendente do IBAMA na Bahia, Célio Costa Pinto, ao jornal Tribuna da Bahia, de que o órgão “não vê impedimentos para liberação de licenças do Porto Sul”. Uma atitude dúbia, pois não sabemos se essa é a sua opinião, ou se procede das análises técnicas realizadas em Brasília.



Um assunto tão sério, e com tantos prós e contras, não deveria ser alvo de publicidade passional, justamente pelo representante do Ibama que presidiu as Audiências Públicas, e que tem a obrigação de demonstrar imparcialidade diante de tantas controvérsias.


O fato é que, o planejamento da conservação do maior nicho de biodiversidade da Mata Atlântica brasileira estará em questão com essa decisão. Essa pe uma década em que os municípios do sul da Bahia terão a oportunidade de testar sua capacidade de gerenciamento de projetos de risco ambiental, e que chegam em bloco, exigindo responsabilidade no planejamento, senão as agressões aos ecossistemas regionais serão irreversíveis.


Aeroporto, pontes, estradas, gasodutos, minerodutos, redes de luz... Todos esses projetos exigem atenção da sociedade e do governo municipal, exigem co-participação e co-responsabilidade socioambiental, valores fundamentais para que o sonhado crescimento econômico não se torne um fiasco para ele próprio.

quarta-feira, janeiro 04, 2012

"Diálogos do Desenvolvimento Sustentável" do Sul da Bahia na TVE

Numa iniciativa pioneira de democratização da produção audiovisual, o Instituto de Radiodifusão da Bahia - IRDEB, através do seu diretor, o cineasta Pola Ribeiro, criou o Projeto 26 DOC´s da TVE BAHIA, através do Edital 013/2009, que selecionou projetos de documentários para os 26 Territórios de Identidade da Bahia, excluindo-se, o território da Costa do Descobrimento, criado recentemente.


A produtora Camera Hum de Itabuna foi contemplada para a realização dos territórios do Grupo 5: Territórios Extremo Sul da Bahia, Sul da Bahia e Região de Itapetinga.


O projeto do extremo sul, "Impressões Nativas do Descobrimento", é de autoria de Paulo Paiva em parceria com o produtor cultural Jaco Galdino do Movimento Artemanha de Caravelas, e inagurou a Série 26 DOC na TVE Bahia na última segunda-feira, dia 2 de janeiro.


Na terça-feira foi a vez de "Diálogos do Desenvolvimento Sustentável", com roteiro de Paulo Paiva e Aracy Silva, e direção de Wesley Andrade. O documentário propõe o diálogo sobre o modelo de desenvolvimento no sul da Bahia à partir do experiência de especialistas das mais diversas áreas.



Participaram do projeto, Raimundo Bonfim (Pró-Reitor da UESC), Gerson Marques (Prefeitura de Ilhéus), Rui Rocha (UESC e Instituto Floresta Viva), Maria Luiza Heiner (Historiadora), Delsuc Gomes (Comunidade Quilombola do Fojo - foto abaixo), Otília Nogueira (Assentamento Marambaia e Assessora da Prefeitura de Itacaré), Luis Carlos Dantas (Liderança de Terreiros de Itabuna), Fernando Ribeiro (Ceplac), Maria Angelica Anunciação (Polo Sindical da Câmara Técnica Territorial, dentro outros.


Através de diferentes pontos de vista dos atores sociais, o documentário reflete os valores e desafios do desenvolvimento sustentável do Sul da Bahia. Propõe um diálogo aberto envolvendo os doutores da academia e do povo, cientistas e pesquisadores, empreendedores, investidores do turismo, produtores rurais e lideranças de movimentos sociais.



Com esse roteiro, conseguimos levar a reflexão sobre os desafios do desenvolvimento sustentável do Litoral Sul para a TV Pública, sem deixarmos de abordar a polêmica proposta do Porto Sul. Infelizmente, a TVE Bahia só é transmitida para 50% do estado, mas temos a internet para corrigir esse atraso.


Acesse então, a TVE Bahia On Line, e assista a Série 26 Docs, oportunidade para conhecer mais a Bahia, que é tão imensa, e tão diversa, que até mesmo os baianos precisam reconhecê-la, para se reconhecerem.


Algumas referências na Mídia: Alagoinhas Notícias /// JusBrasil

terça-feira, janeiro 03, 2012

Impressões Nativas do Descobrimento


Ontem, 2 de janeiro, às 18:30, a TVE-Bahia (Canal 2 analógivo ou On Line) exibiu o documentárioImpressões Nativas do Descobrimento”, abrindo a série 26 Doc`s Bahia. Nesse episódio, foi abordada a realidade dos nativos do extremo sul da Bahia, através do relato de índios, remanescentes de quilombos, pequenos agricultores e pescadores.


O projeto é de Paulo Paiva, e foi comtemplado no Edital 26 Docs do Instituto de Radiodifusão da BahiaIRDEB, através da produtora Camera Hum de Itabuna.

O documentário revela a ocupação radical do extremo sul pelo eucalípto, e a fragilização dos nativos diante do latifúndio, da monocultura e da especulação imobiliária, e registra de forma contundente, o sofrimento, as lutas e as espectativas de futuro das comunidades tradicionais.


Um dos destaques é o depoimento emocionado da Índia Zabelê, última testemunha do massacre de sua própria família, e ainda sem terra para o seu povo. São relatos emocionados, e movido a lágrimas, que mostram que essas populações têm consciência de seus problemas, e estão unidas por um futuro diferente, que corrija as injustiças, reconheça seus direitos e valorize suas tradições.

Proteção ao Banhista: O Afogamento de Elzon

Blog Acorda Meu povo - Mural da Educação Ambiental

Retrospectiva 4 Anos


A "Proteção ao Banhista" é a quinta temática já publicada no primeiro ano do blog, que relembramos na Retrospectiva Acorda Meu Povo 4 Anos. Nossa intensão é reafirmar sua importância permanente dos temas, e entender sua evolução nesse período. Relembramos o Porto do Malhado, o Projeto Orla, a invasão da Barra e a Sinalização Horizontal nas vias da cidade, e agora é a vez de Elzon.

O afogamento de Elzon Pinho no dia 31 de dezembro de 2007 foi a motivação para diversas reflexões sobre segurança no mar. O empresário de Vitória da Conquista, tinha 42 anos e morreu ao entrar no mar para tentar salvar outro turista que se afogava. Isto aconteceu na praia dos Milionários, e nos alertou para a necessidade urgente que Ilhéus tem de elaborar um programa estratégico de proteção do banhistas.

A cidade é turística, o clima extraordinário, e o mar altamente convidativo, mas o banho no litoral a mar aberto de Ilhéus tem restrições, e as tragédias são de longas datas.

Mas quando atrairmos milhares de visitantes, inclusive de cidades vizinhas e áreas rurais, com pouco traquejo com o mar, temos a obrigação de cuidar e informar sobre os perigos do mar. Os nativos ou mais sábios podem se precaver, mas a maioria se expõe às correntezas que podem furar a rebentação, ou os buracos que se formam na areia.

Sem os cuidados necessários para evitar afogamentos, no fato acontecido, Elzon Pinho morreu sem suporte algum, sem socorro à tempo de salvá-lo, afinal a SAMU teve que enfrentar um forte engarrafamento para chegar até o local do outro lado da cidade. Então, que providências precisamos tomar?

Precisamos de centros de atendimentos de urgência com desfibrilador e oxigênio o mais próximo das praias mais frequentadas de Ilhéus, talvez, uma unidade de atendimento fixa ou móvel nas próprias praias seja o ideal, mas nesse dia, uma boia amarrada com uma corda nas barracas de praia, talvez já fosse suficiente para salvar Elzon. Ele morreu sem socorro, diante dos amigos, num point de Ilhéus para onde fora atraído. Nossas praias merecem nossos turistas, e vice-versa, e sem segurança no mar o lazer pode virar tragédia. Já tivemos concursos e o contingente de salva-vidas foi aumentado, mas as ações ainda são tímidas.

Como é praticamente impossível manter uma vigília integral sobre um litoral tão extenso, a atuação dos salva-vidas precisa ser móvel, dinâmica e contar com rádios transmissores, e só teremos sucesso nessa empreitada de salvar vidas, se tivermos o apoio dos educadores, a realização de campanhas periódicas nos meios de comunicação, e um sistema eficiente de sinalização ambiental em todas as praias.

Sinalização Horizontal ajuda muito!

Blog Acorda Meu Povo - Mural da Educação Ambiental


Retrospectiva 4 Anos



A Sinalização Horizontal das vias de trânsito de Ilhéus foi um tema abordado em 29 de janeiro de 2008. Por que a maioria das vias da cidade estavam com a sinalização de pista tão precária, ou ela não existia.


O que chamava atenção era que a Litorânea Norte, anos depois de concluída, continuar sem sinalização horizontal, uma necessidade aparentemente irrelevante, mas que tem grande valor para a melhoria do trânsito na cidade, e para evitar acidentes.


A avenida Litorânea recebeu uma sinalização meses depois, mas ainda falta terminar o serviço. No grande largo do Hotel Barravento, por exemplo, um acidente grave pode acontecer a qualquer momento, pois, sem linhas e indicativos visuais, cada motorista irresponsável toma o rumo que quiser, como costuma acontecer.


Com apuramos junto ao DENATRAN, essa é uma responsabilidade do município. Recentemente, a prefeitura retomou a pintura da sinalização horizontal na cidade, pois afinal, só depende de um bom engenheiro de tráfego, tinta e pincel. Disto depende a educação no trânsito e para o trânsito.


Esse é um instrumento para evitar acidentes com carros, ciclistas, motociclistas e pedestres, portanto, a displicência com a sinalização horizontal nas grandes vias asfaltadas de uma cidade é altamente é inadmissível.





ENVIADO PELO DENATRAN-IMPRENSA

Prezado Paulo,

A sinalização das vias é de responsabilidade do órgão gestor do trânsito.

Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;

II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;

III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os equipamentos de controle viário;