terça-feira, janeiro 08, 2013

Queimada no terreno litorâneo da Avenida Soares Lopes


Não à toa, a Orla Central de Ilhéus foi o tema da primeira reportagem desse blog "Avenida Soares Lopes: Sem Projeto" em 30 de outubro de 2007, e continuou a ser tratado como pauta prioritária, por se tratar de um tema fundamental para mobilizar a população, e os governantes. Seguimos com várias reportagens, a exemplo de: "Projeto Orla em Ilhéus" , "Projeto Burle Mark em Ilhéus" e "Orla Central de Ilhéus: Dunas e Restingas".

Na série, abordei a importância do desenvolvimento do projeto Orla, o processo de licenciamento, e um projeto que defina o uso da grande área de aterro, que se formou na Avenida Soares Lopes. Um projeto, que precisa de aval do IBAMA, e depende, dentre outras coisas, do seguimento de protocolos do projeto Orla, como a marcação da nova linha de maré.

As chamas atingiram um Ipê Rosa na calçada.
Mas algumas ações (atitudes) de planejamento ambiental podem anteceder o licenciamento. Manter uma faixa de vegetação de restinga, mais próxima ao mar, ingressando com novas espécies, como as coquinhos que chamamos aqui, de xandó, e evitar o repovoamento de amendoeiras nessa faixa,  seria um ótimo caminho. Como a Orla de Atalaia, em Aracajú, sob a restinga, pontes artesanais, apenas acessos.

A restinga, e não um passeio pu pista, deve separar a praia de outras intervenções, na comopsição de um projeto de reurbanização da Orla Central de Ilhéus. 

A limpeza que foi realizada nos últimos dias, agradou a todos, já estavamos fedendo com nosso lixo. Usar um trator na avenida foi uma boa medida de urgência,as se tiveesse respeitado, uma faixa  próxima ao mar, estava tudo certo. Nessa faixa, a que me referi, o ideal seria  uma limpeza seletiva. O fogo foi o golpe fatal, ilegal, e desconstruiu, mais uma vez, o trabalho exemplar que a natureza vem fazendo no local. 

O fogo foi o pior desfecho,e começou na virada do ano, causando transtornos à festa, e aos visitantes. Nas proximidades da catedral, apagada, nada de fogos, só fogo, deixando um Ipê Rosa destruído na calçada, a 4 metros de altura em relação à praia. Os bombeiros apagaram, e isto era só o início da estratégia fácil, mas equivocada e criminosa de limpar a cidade. O povo colaborando, pois é popular a ideia de queimar matar cobra e ninhos de rato.

O fogo não foi uma boa ideia, não é saudável, não é a prática a ser seguida na limpeza pública, e acima de tudo, causou um dano ecológico, imperceptível a maio parte da sociedade.

Queimada atinge área de restinga, e também prejudica o Parque Municipal Marinho de Ilhéus.

Venho acompanhando, e registrando dados sistemáticos sobre o povoamento de fauna e flora na Avenida Soares Lopes. Não tem igual. O novo campo atraiu mais de 35 espécies de pássaros, e essa proximidade com os transeuntes, tem proporcionado inúmeras situações de "habituação" entre pássaros e pessoas. O fogo não varreu apenas um matagal, mas um ecossistema em formação, que volta e meio, é queimado novamente.

Na região em frente a Polícia Militar, por exemplo, posso afirmar, o fogo passou sobre a morada, e ninhada feliz de cinco corujinhas, da espécie coruja buraqueira (Athene cunicularia). Também devemos lembrar, que essa grande queimada, ocorre em uma praia do Parque Municipal Marinho de Ilhéus, ecossistema protegido pela legislação municipal. 

Nesse início de governo, quero retomar o tema da reurbanização da Orla Central de Ilhéus, esperando o que todos desejam. Um Projeto Orla Total, acreditando que esse seja um dos marcos fundamentais da reestruturação urbana de Ilhéus, para uma cidade mais atrativa, agradável, mais criativa, e turística.


Um comentário:

roncato disse...

Esta reportagem deve chegar ao novo secretário de Meio Ambiente e Paisagismo, SR.ANTÔNIO VIEIRA.