quinta-feira, junho 20, 2013

O Brasil de Pavio Curto 2013


Hoje, Ilhéus se reúne às 14 horas para fazer corrente com os protestos mais significativos desde o movimento dos "Caras Pintadas" que resultou no primeiro impeachment de um presidente (Fernando Collor de Melo) na América Latina. Para mim é a presença da força espiritual de São João Batista se manisfestando, pois ele representa em nosso ser, crer e agir, a amizade festejada, o ombro a ombro na missão e a força dos guerreiros marianos para  a volta definitiva de Cristo Redentor no coração da humanidade.

O bem quer vencer e ele está com sede de justiça no mundo todo. Esses protestos trazem a semente da conscientização, e a primeira reação do governo ao analisar os protestos e a passeata dos 100.000 do Rio de Janeiro foi declarar que era preciso analisar, e entender qual é a bandeira desses protestos. Para o jornalismo mundial não existe dúvida: O Brasil vai às ruas contra a corrupção, a má qualidade dos serviços públicos e os gastos com a Copa do Mundo de Futebol. O governo se sente em um pântano, pois não sabe como marchar com essa liberdade, e nem entende como pode responder, compartilhar isto, e responder a algum pleito. 
O pleito dessas manifestações é uma insatisfação nacional que vem ganhando força em diversos setores da sociedade que querem um Brasil único, e não dois países, um muito rico dos grandes estádios de futebol, e outro muito pobre, sem água, saúde e educação. Não existe um pleito único, e sim, uma sensação nacional de que algo precisa mudar COM URGÊNCIA, e esse não é um movimento organizado. É movimento do coração, movimento livre, breves sinais da revolução íntima que os brasileiros estão fazendo à partir da redemocratização da informação no Brasil.

Esse movimento é só um começo, e uma prova que já não estamos dormindo em sono solto, e o grito, o "ACORDA MEU POVO" é cada vez mais uma realidade nessa pátria ainda tão injusta, onde é grande o desejo de uma mãe gentil e de uma irmandade universal. O grande pleito desse povo é entender o Brasil, os estádios de luxo e a morte sem atendimento nos hospitais, o afronte dos gastos dos parlamentares diante da pobreza extrema, enfim, essa instabilidade da razão.

Creio que, pelo menos duas lições nós podemos refletir sobre os protestos no Brasil 2013. A primeira lição, discordando da presidenta Dilma, é entender o tal vandalismo. É claro que dói muito os atos criminosos contra os nossos tesouros arquitetônicos como o Teatro Municipal e Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), etc., mas não podemos deixar de procurar entender essas vândalos. Não dá para passar a régua e separar como querem os professores de uma Pontifícia Universidade Católica, os bons cidadãos e os vândalos. É nesses vândalos também que reside o grande pleito invisível que marcha as ruas.

A segunda lição reside naquilo que a Organização das Nações Unidas declarou sobre esses fatos: Que a sociedade acompanhe de forma independente a atuação da Polícia Militar. Foi o que mais chocou, e os meus olhos enxeram de lágrimas. No Rio de Janeiro fiquei cinco assistindo uma transmissão ao vivo em que os policiais atiravam com suas metralhadoras contra a lateral do Museu Nacional para afastar o povo, outros saiam humilhados de uma agência. Já em São Paulo, no dia seguinte, tropas de policiais abrindo mão de sua missão e deixando o povo saquear livremente os estabelecimentos. 

Nunca pude enxergar com tanta clareza o quanto estamos despreparados em termos de segurança pública. no nosso campo ou cidades. Como somos despreparados para enfrentar protestos e manifestações populares de grande intensidade. Em vários países europeus temos visto grandes multidões em protestos e uma atuação bem diferente das forças policiais. Tropas de choque que funcionam, e uma capacidade técnica de enfrentar essas situações, inclusive o vandalismo que também se manifestou nessas regiões. Que distância é essa que existe entre os policiais e o cidadão no Brasil?

Precisamos repensar esse país, e não devemos esperar mais por um povo pacífico. Ninguém aguenta mais viver em uma nação de contradições. As minorias estão pouco a pouco se acordando, como os índios, os movimentos da reforma agrária e rurais, e os estudantes na crista da onda tocam o sino da democracia e conclamam o país  a pensar. E bom que todo brasileiro pense, especialmente os grandes empresários e aqueles que assumem cargos públicos, pois a figura do brasileiro pacato, humilhado e desinformado esá mudando. O país está se acordando, e isto pode representar um pavio mais curto do que podemos imaginar. 

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