sexta-feira, junho 21, 2013

Protestos no Brasil

A maior manifestação pública da história do Brasil já tem um saldo positivo. Seja efeito imitação ou não da insatisfação popular contra os políticos e governos que se manifesta em outro lugares do mundo, o fato é que as manifestações no Brasil já mandaram um recado para a sociedade do mundo: Não estamos satisfeitos com o uso do dinheiro público, e não aceitamos um pais de duas faces, uma rica e outra miserável.
O grande movimento é emergente, sem liderança e saltou literalmente do Facebook para as ruas. Seu tema principal é o dinheiro, e seu estopim, apenas duas moedas de dez centavos. Vinte centavos que são apenas simbólicos para a explosão de um movimento que diz muito mais, e que não entende os investimentos bilionários nos estádios de futebol com dinheiro público.  É um movimento diferente, não existe uma pauta formal, mas uma série de reivindicações gerais como a melhoria no transporte, saúde e educação pública, e outras que são discutidas como a PEC-37, projeto que quer diminuir o poder do Ministério Público de Investigar com independência.

É preciso anotar também que esse é um movimento puxado pelos jovens, milhares de estudantes que querem ajudar, mas não sabem direito como fazer isso. Não têm uma noção clara da história, falta música e nem dos problemas brasileiros, mas sentem na pele os seus efeitos. Isto pode ser sentido até mesmo nos gritos de guerra, a maioria extremamente juvenis, também a falta de boas estratégias, como a utilização da música, da arte e dos gestos simbólicos, que poderiam evitar o descaminho do quebra-quebra.

Com ou sem cultura, esses jovens estão mostrando novamente a cara, e a grande maioria deles nasceram quando Fernando Collor sofria o primeiro impeachment de um presidente latino americano. Eles não estão mais desacompanhados, o povo vai as ruas, mas apenas eles botam a cara no mundo, e tem coragem de perguntar? Para onde vamos? E a grande discussão desse movimento não pode e não deve ser apenas, uma separação artificial do joio do trigo, dos bons e maus manifestantes. Movimentos de massa são bastante complexos em interpretações.

Nesses momentos, podemos ouvir muitos especialistas falando coisas muito importantes, que refletem aquilo que vimos como espetáculo da mídia. E o que de mais coerente eu ouvi, é que, assim como o movimento não ter a voz de uma liderança, também o pais não possui essa liderança capaz de responder ao anseio da população. Dessa forma, a única resposta que o Brasil espera do governo brasileiro é uma agenda nova, que responda ao povo, que não aceita a agenda de eventos esportivos internacionais como prioridade nacional, quer quer uma reforma política, que quer uma política coma qual se identifique. 

Essa visão do movimento tem ganhado força, e a imprensa internacional fala em oportunidade de nascimento de um "Obama brasileiro", alguém que não ganhe apenas nas urnas, mas nas ruas! Vamos seguir esperando que o governo tenha uma nova agenda, e que o Brasil atenda de uma vez por todas ao clamor popular contra a corrupção, a incompetência e a má gestão pública.      

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