quarta-feira, novembro 18, 2015

Invasão na APA da Lagoa Encantada e do Rio Almada destaca a necessidade de ordenação da ocupação territorial em Ilhéus

Ir à Lagoa Encantada e voar sobre a APA nesta semana para novas fotos exclusivas revelou uma ocupação irregular escandalosa, que que até agora se manteve muito silenciosa. Durante a segunda audiência do EIA-RIMA do Porto Sul, a promotora pública da Bahia, Doutora Aline Valéria Archangelo Salvador apontou que era fundamental que políticas públicas antecedessem a instalação do complexo. Três anos depois, aconteceu muito pior que o imaginado, e as localidades previstas inicialmente para um aeroporto e novo porto tornou-se alvo de uma invasão de movimentos populares. São áreas públicas, e algumas delas, impróprias à ocupação.

As invasões na APA da Lagoa Encantada e Rio Almada se apresenta como um manifesto popular, e uma forma de ocupar, e questionar a sociedade. Um ato coletivo de ocupação de áreas públicas, e de conservação, e não devemos esquecer que na mesma região, muitas propriedades privadas, também estão invadindo áreas de uso público, e descumprindo a legislação ambiental Alguns devem ter a  necessidade, mas é notório que outros se aproveitam da oportunidade.

É surpreendente o tamanho do que se apresenta como um “novo bairro”, uma frente de quilômetros de invasões  às margens das rodovias, e várias bandeiras de movimentos sociais. Um lugar sensível, envolvendo APP`s, se expande como uma frente aberta sobre a mata raríssima remanescente em cordão arenoso. Algumas ocupações não pouparam sequer às margens do pequeníssimo riacho que formam a barrinha do Joia do Atlântico.

O debate entre os interesses econômicos, o público e o privado pode ser relativo, mas a conservação é um direito da coletividade, sem condicionantes. É contundente que o poder público executivo, e o legislativo ilheense defina claramente qual o modelo de uso e ocupação do solo no litoral norte de Ilhéus, e comunique a população as suas decisões. Existe uma frase sobre essa APA do saudoso Coronel Guilhardes de Urucutuca em nosso vídeo sobre a Lagoa Encantada, que não me sai da consciência: “É preciso dizer ao povo o que é certo e errado, o que pode e o que não pode fazer”.  O modelo Joia do Atlântico precisa ser alvo de reflexão pela nossa sociedade. É possível planejar e definir um plano de ocupação que garanta a qualidade que ainda temos no futuro, e com toda a pressão especulativa que atraia esse litoral. Precisamos pactuar um plano diretor, socialmente aceito, justo, democrático, e mudar a situação atual.  

Mexer nas matas ciliares dos riachos que formam nossas barrinhas, não pode. Não podemos mexer em mata remanescente, sem definir sua estratégia local de sobrevivência, não podemos ocupar aterrado rio, como não podemos admitir loteamentos, e outros empreendimentos, que não assegurem na forma da lei a proteção de remanescentes compensatórios. Não deixemos de criar um mosaico de vegetação nativa protegida formando corredores biológicos, mantendo as águas, os guaiamuns, a nossa paisagem cheia de riqueza. E ricos, ou pobres, temos que cantar o verso de Ivan Lins: Depende de nós! 

Invasão é organizada espacialmente, mas a frente não tem fim.
O novo bairro na APA merece reflexão da sociedade sobre as regras da ocupação do solo em Ilhéus

Surge um novo bairro popular na área próxima ao local inicialmente previsto pata o novo aeroporto de Ilhéus.

A falta de uma norma, exigências e reclamação tronou normal a abertura de áreas protegidas com o uso do fogo.

Um plano diretor deve ordenar a ocupação em todo o município.

Inadmissível ocupação do riacho do joia do Atlântico

É dever do poder público definir e ordenar a ocupação do solo.

Joia do Atlântico - Barrinha ameaçada

Riacho continua a ser agredido

um novo bairro surge: Quais os seus limites?

Áreas de matas estão sendo suprimidas, perda cega sem compensação.

O modelo Joia do Atlântico precisa ser repensado

O debate das classes, o publico e o privado se somam nessa reflexão.

Um comentário:

SGT Amancio disse...

UMA VERDADEIRA FARRA DE INVASÕES AS MARGENS DA RODOVIA ILHÉUS ITACARÉ, JOIA DO ATLÂNTICO E PONTA DA TULHA INFESTADO DE INVASORES QUE TEM HILUX, AMAROC, S10, UMA FROTA DE DAR INVEJA NOS DIAS DE DOMINGOS E FERIADOS MUITO TRISTE EM VER TAMANHA DESTRUIÇÃO DA NOSSA FAUNA E MANANCIAIS.