quarta-feira, dezembro 30, 2015

As imagens mais chocantes de 2015 para a Flora Neotropical

  Não sobrou praticamente nada, e do que sobrou dessa floresta litorânea costeira é um tesouro da biodiversidade global. E foi através de imagens do extraordinário democratizador da história da cidade, famílias, paisagens e problemas de Ilhéus, e do sul da Bahia, José Nazal, cujo trabalho tenho grande admiração, que mais me impressionei em 2015. Imagens para uma reflexão sobre o futuro da conservação da biodiversidade em Ilhéus, aclamada no mundo por esta riqueza única, e que só existe aqui. Pois essas imagens estampam as feridas do incêndio que atingiu, nesse mês de novembro e dezembro, grandes áreas do pouco que resta de florestas remanescentes em poucos dias.

  Dada a proporção do que resta de Mata Atlântica que em todo o nordeste (leste oriental do Brasil), e menos de 2% de florestas íntegras no município de Ilhéus, trata-se de uma devastação em larga escala. Precisamos mudar isso urgentemente e recuperar um pensamento, um planejamento territorial para Ilhéus. Precisamos reavivar a lei, educativamente, através do diálogo, e um pacto regulador, sustentado com um planejamento efetivo, in loco, e publicidade da regras do uso e ocupação do solo no município.

  É preciso fazer valer a figura das Reservas Florestais Municipais protegidas em mosaico com as APP´S, e favorecendo linhas de corredor, permeando os bairros, condomínios, shoppings, etc.  Tudo pode conviver com a conservação, e da hora de planejar já passou o tanto que vemos ser degradado, sem que possamos reparar. Portanto eu creio na coletividade, onde cada um, grande ou pequeno, dê sua parcela de compromisso com o verde protegido, e o que é preciso recuperar. Cada rua, cada bairro, distrito, fábrica, condomínio, e o município como um todo deve tornar visíveis ao tato, as áreas verdes, e criar nosso mosaico de corredores de fonte de vida, água, clima, e inúmeras possibilidades de crescer com qualidade.

   Ver as florestas as margens da Lagoa Encantada em chamas é o emblema de uma prática corriqueira de suprimir florestas, e que se transformou em um grande impacto causado por incêndios na primavera desse novembro vermelho, o mais seco de toda a história de Ilhéus.
   



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