quinta-feira, agosto 24, 2017

Orquídeas do sul da Bahia

  

   
   Em 1998, uma reportagem no Jornal A Tarde destacava a raridade e o comercio ilegal de orquídeas do sul da Bahia. Na época respondendo pela Chefia do IBAMA na região, atendemos denuncia e realizamos a maior apreensão de orquídeas de nossa história ambiental. Eram mais de 500 orquídeas, e 90%, a belíssima  Cattleya warneri. Entreguei o material pessoalmente ao saudoso botânico André Carvalho (CEPLAC), que dispensa apresentações. Mas havia um decreto estabelecendo que todas as orquídeas aprendidas no Brasil eram prioritárias para o orquidário de Brasília, e eu discordando dessa política, acabei desacatando ordem expressa da presidência do IBAMA, abrindo uma brecha para minha exoneração, depois de segurar as dores da turbulenta transição da política florestal no Estado do Bahia. Passados quase vinte anos, a imprensa noticia a depredação e o fim do Orquidário Nacional de Brasília. Nossas orquídeas? Ainda quero seu retorno às matas, cultivo e manejo sustentável. Na época eu poderia ter ido a Brasília para esclarecer os fatos, mas estava satisfeito pois tinha cumprido minha missão. Mais detalhes da história ambiental do sul da Bahia estou escrevendo em um livro maior sobre a política florestal, mas esse desabafo não pode esperar.


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